A China, que por muito tempo esteve distante das metas de combate às mudanças climáticas no mundo, resolveu trocar sua estratégia e lançou uma proposta para a criação de uma rede mundial de distribuição de energia limpa, com um custo total avaliado em cerca de US$ 50 trilhões. O objetivo, segundo a companhia State Grid, que divulgou a ideia, é criar uma ampla estrutura global de tecnologias e parques de geração solar e eólica, com início das operações previsto para 2050.
A empresa já conseguiu algumas parcerias importantes no processo e assinou memorandos de entendimentos com o grupo Rosseti, da Rússia, a Korea Electric Power, da Coreia do Sul, e com o grupo Softbank, do Japão, sendo que o maior projeto incluído no plano ficaria instalado na capital chinesa, Pequim, caso toda a estratégia seja levada adiante.
O maior entrave que deve surgir em relação à proposta gira em torno das questões e políticas energéticas de cada país, já que a energia sempre foi considerada um bem estratégico pelas nações ao redor do globo. Caso consiga vencer as resistências, o presidente do conselho da State Grid, Liu Zhenya (foto), acredita que a matriz mundial poderá alcançar uma média de 80% de geração renovável nas próximas décadas.
“O planeta está enfrentando três grandes desafios: a escassez energética, a poluição do meio ambiente e as mudanças climáticas”, afirmou Liu, complementando que o uso da geração solar e eólica, somada a sistemas de smart grid, de alta voltagem (UHV) e de outras fontes de energia limpa são os únicos meios para um sistema energético com abastecimento sustentável, econômico, eficiente e de baixo carbono.