Em um contexto de crescente destruição ambiental, apenas 28 deputados e 4 senadores alocaram emendas individuais para três programas do Ministério do Meio Ambiente neste ano. Esse número representa uma fração pequena do total de 594 congressistas, evidenciando um desinteresse em apoiar iniciativas que enfrentam a crise climática e os incêndios florestais, que se intensificam no país.
Os programas priorizados pela pasta incluem ações de combate ao desmatamento e à recuperação da biodiversidade, bem como iniciativas para melhorar a qualidade ambiental nas áreas urbanas e rurais. O projeto focado em combater incêndios florestais, que é o mais apoiado, conta com diversas ações, como a capacitação de brigadistas e monitoramento do fogo.
Para enfrentar a crise, o governo anunciou medidas que buscam agilizar a liberação de verbas para emergências e planeja um aporte financeiro substancial para combater os incêndios e a seca.
O Congresso em Foco agrupou em uma lista todos os deputados e senadores que destinaram emendas para o meio ambiente. Veja abaixo se algum parlamentar do seu estado está presente nela:
Lista de deputados
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Lista de senadores
Nenhum parlamentar destinou verbas para o Pantanal
Nenhum dos parlamentares de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul destinou recursos para ações de prevenção e combate a incêndios florestais no Pantanal. A chamada “bancada do Pantanal” conta com 22 parlamentares dos dois estados. A assessoria do deputado Dagoberto Nogueira (PSDB-MS) justificou a falta de emendas alegando que os incêndios ocorridos em junho e julho deste ano não eram previsíveis quando as emendas foram indicadas em outubro do ano passado.
O Pantanal está enfrentando incêndios todos os anos, e especialistas alertam que a atual situação é resultado de uma seca prolongada e da falta de coordenação em ações preventivas contra o fogo. Em novembro de 2023, o diretor da Ecoa Alcides Faria participou da Audiência Pública sobre queimadas no Pantanal de Mato Grosso, realizada pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso e reforçou os riscos de incêndios para 2024 e propôs a criação de um Centro de Operação Climática para o Pantanal, com responsabilidade do Governo Federal e Governos Estaduais, sob a liderança de cientistas climáticos.