Por Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordena o Programa Oásis de proteção aos polinizadores, da Ecoa
– “Essa experiência ficará registrada no meu diário de apicultor”, diz Ademir Almeida sobre a remoção de colmeia de abelhas africanizadas em Escola de comunidade ribeirinha
O consultor da Ecoa Ademir Almeida esteve na comunidade da Barra do São Lourenço, localizada na Serra do Amolar, para executar uma das etapas do Projeto Prevenção, Mitigação e Adaptação para as comunidades Pantaneiras frente aos eventos climáticos extremos, quando se deparou com uma colmeia de abelhas africanizadas na Escola local. Voluntariamente, Ademir se dispôs a realizar o procedimento de remoção para evitar danos aos professores e alunos.
A colmeia estava instalada no local há dois anos, especificamente, em uma das salas de aula, colocando em risco a vida das crianças, dos educadores e também dos moradores vizinhos. Apesar de alguns ribeirinhos relatarem a situação para o Corpo de Bombeiros de Corumbá, MS, e Prefeitura, nenhum procedimento de segurança e remoção foi executado.
Segundo Ademir, foi necessária uma avaliação da área para organizar os procedimentos de segurança para remoção das abelhas a fim de evitar graves riscos, visto que a comunidade não possuía antialérgicos. “Caso alguma criança ou adulto alérgico fosse ferroado por uma abelha, poderia levar de 4 a 10 minutos para o óbito, devido à distância do local até uma unidade de saúde”. A comunidade da Barra do São Lourenço está a 30 horas de barco (freteiras) de Corumbá, MS, a sede do município.
A colmeia retirada por Ademir foi instalada no Sítio Dois Corações, situado no Morro Saquarema também na região da Serra do Amolar, surgindo assim a oportunidade de fazer um segundo apiário, ainda inicial, com apoio da Ecoa e da Associação de Moradores da Barra do São Francisco.