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Oásis para as abelhas – proteção às polinizadoras

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iasmimPor Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordena o Programa Oásis de proteção aos polinizadores, da Ecoa

 

 

Texto originalmente publicado em 2017.

 

– Na Europa, especificamente no terraço do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados (IALS para a sigla em inglês), foram construídos apiários para conservação de abelhas e também para produção de mel.

– “Urban oasis”, ou oásis urbano em português, foi o termo utilizado pela BBC quando veiculou a notícia sobre o projeto, que faz parte de um programa de sustentabilidade da Universidade de Londres.

– Sem mesmo conhecer este projeto, a Ecoa denominou Oásis para seu programa de proteção aos polinizadores, a economia e a sociedade, partindo da ideia de que o Pantanal possa ser um oásis a essa conservação.

– Nas regiões mais selvagens, o baixo uso de agrotóxicos e também de desmatamento, é o que favorece. Afinal, estes são os principais fatores que causam danos aos polinizadores.

– Coincidência um tanto interessante – oásis vem significando muito a conservação, principalmente, das abelhas.

 

Camilla Goddard, responsável pelo projeto em Londres (Foto: Divulgação/Capital Bee)
Camilla Goddard, responsável pelo projeto em Londres (Foto: Divulgação/Capital Bee)

A professora responsável pelo projeto do apiário em Londres, Camilla Goddard, é diretora da Capital Bee, criada em resposta ao atual declínio de colônias de abelhas na Grã-Bretanha. Este projeto trabalha com a proteção de abelhas e produção intensiva de mel, sendo vendido inclusive para muitos cafés da Europa, resultando em uma alternativa bastante rentável.

Parece novidade, mas o oásis urbano já é praticado há um tempo pelos europeus, que instalam apiários em terraços de grandes construções nas cidades devido à proximidade com grandes parques de conservação, portanto, com a variedade de plantas e flores para polinização.

Não só a Universidade de Londres, mas outras instituições começaram a construir apiários em terraços. O ótimo preço em que são vendidos os potes de mel é o maior estímulo para que isso continue a acontecer. Além disso, a conservação das abelhas e também o exercício prático dos alunos, que podem aplicar pesquisas científicas em prol da proteção das polinizadoras.

Urban oasis - Apiários em terraços londrinos (Foto: Divulgação/Capital Bee)
Urban oasis – Apiários em terraços londrinos (Foto: Divulgação/Capital Bee)

E por que essa não é uma prática adotada no Brasil? Bem, primeiro porque as cidades não são muito arborizadas, desfavorecendo a polinização. Também é proibida por lei a criação de abelhas gênero Apis em ambientes urbanos, particularmente, as abelhas-africanizadas, devido ser muito defensiva.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) reconhece o valor da meliponicultura para a economia local e regional e a importância da polinização efetuada pelas abelhas silvestres nativas na estabilidade dos ecossistemas e dispõe a lei que disciplina a proteção das polinizadoras.

E com o seu declínio por todo o mundo, inclusive no Brasil, onde o estado com maior produção de mel, Rio Grande do Sul, perde milhares de abelhas a cada ano com o uso de agrotóxicos, cresceu o interesse em criar espaços para que as espécies polinizadoras prosperem.

O Pantanal, em suas regiões mais selvagens, pode ser um oásis para a proteção de polinizadores sob risco de extinção.

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