Diário da crise hídrica – 16 a 19 de novembro de 2021 – Demissão na hidrovia Tietê-Paraná, consequências no PIB brasileiro da escassez de chuvas e mais

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19 nov. 2021

O tamanho do prejuízo da escassez de chuvas no PIB brasileiro (Climainfo)

Uma análise do IBRE/FGV estimou o impacto da sequência de temporadas chuvosas abaixo da média histórica na última década sobre o PIB do Brasil. De acordo com as projeções, se o país tivesse experimentado entre 2012 e 2021 chuvas dentro da média histórica dos últimos 40 anos, a economia poderia ter tido um desempenho significativamente melhor, com o PIB médio anual na casa dos 2%, percentual cinco vezes maior do que o 0,4% efetivamente registrado no período.

“O Brasil depende muito da água como insumo produtivo, muito mais do que outras economias”, explicou Bráulio Borges, responsável pelo estudo, à CNN Brasil. “Nos últimos dez anos, 70% da energia fornecida veio das hidrelétricas. O setor agropecuário também tem impacto muito grande na economia brasileira. E ambos dependem de recurso hídrico”.

Enquanto isso, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, suspirou com alívio ao comentar sobre a chegada das chuvas ao Centro-Sul do Brasil neste final de ano. Em entrevista ao Estadão, Ciocchi afastou a possibilidade de racionamento de energia e disse que, com os reservatórios deixando a trajetória de queda dos últimos meses, o ONS será mais seletivo no acionamento de usinas termelétricas. Por outro lado, ele confirmou que a tarifa elétrica vai continuar salgada para os consumidores brasileiros, pelo menos até abril. Poder360 e UOL também destacaram o alívio de Ciocchi com a volta das chuvas.

E com a conta de luz ainda bem cara, o mercado de aquecedores solares seguirá bombando no Brasil no próximo ano. De acordo com estimativas da ABRASOL, citadas pelo Valor, o setor espera por um crescimento de mais de 30% no ano que vem, impulsionado pela procura crescente por consumidores preocupados com os custos da tarifa elétrica. Só nos primeiros oito meses de 2021, as vendas desse equipamento cresceram 28% no país.

 

18 nov. 2021

Falta de água para operação da hidrovia Tietê Paraná provoca o de sempre: explosão de rochas.

A Hidrovia transporta grãos dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais e disputa água com a geração de energia pelas represas existentes no rio Tietê.

No caso da Tietê Paraná tratam de derrocar o “pedral” de Nova Avanhandava, em Buritama (SP), para se ter profundidade para continuar navegando. Até agora não se ouviu falar em um programa consistente de recuperação de microbacias do rio Tietê e seus afluentes para garantir a retenção de sedimentos e o abastecimento dos lençóis que abastecerão os rios ao longo do ano, mesmo nos períodos com menor quantidade de chuvas.

Iniciativas do tipo também são propostas para o rio Paraguai, na tentativa de viabilizar a Hidrovia Paraná Paraguai no seu trecho no Pantanal.

Com a diminuição das águas do rio no Paraguai o governo tem proposto a retirada de rochas. O ex-ministro de Meio Ambiente do país, Oscar Rivas condena tal proposta por impactos sobre as áreas úmidas. A Hidrovia percorre 3.442 quilômetros dos rios Paraguai e Paraná. 

 

16 nov. 2021

– Prioridade é gerar energia.

– Em 2014 e 2015 a Hidrovia também esteve paralisada por falta de água.

Dos 1500 trabalhadores da hidrovia Tietê-Paraná mais de 400 pessoas foram demitidas em 2021 devido a falta de água para a navegação. É o que informa Luiz Rizzo Rocha do Sindasp (Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo) em matéria do UOL. “Vai depender muito do nível do rio, se vai subir ou não. Se não houver perspectiva de volta das operações em janeiro e fevereiro, certamente as empresas vão demitir todo mundo”

A hidrovia transporta grãos dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais e disputa água com a geração de energia pelas represas existentes no rio Tietê.  Caso não venham chuvas em abundância no próximo verão pode se repetir 2014/15, quando a hidrovia ficou paralisada durante dois anos.

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