Desde abril de 2020, a Ecoa vem atuando no enfrentamento à COVID-19 e suas consequências em relação à falta de trabalho, de informação e de alimentos em comunidades ribeirinhas no Pantanal, situação que foi agravada pelos incêndios que assolaram a região no ano passado.
Com o apoio do Ministério Público do Trabalho da 24ª Região em Mato Grosso do Sul, a Ecoa vem articulando a orientação de grupos vulnerabilizados aos cuidados que precisam ter para evitar o contágio, assim como assistir famílias com doação de alimentos, de cartilhas informativas e de itens de proteção individual como máscaras, entre outras ações.
Foi criada uma plataforma no site da Ecoa que informa a quantidade de óbitos e de infectados em 29 municípios pantaneiros, entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bolívia, que é atualizada constantemente. Além disso, foram geradas notícias transmitidas via SMS a 66 comunidades/grupos sociais entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e via rádio, através do Sistema de Comunicação e Alerta que foi desenvolvido pela Ecoa em 2018, quando do “Plano de Prevenção, Mitigação e Adaptação aos eventos climáticos extremos ocorridos no Pantanal”.
A Ecoa também doou 500 cestas básicas a famílias ribeirinhas, uma ação realizada em parceria com o coletivo Comitiva Esperança, que cedeu as cestas básicas doadas pelo programa nacional “Brasil sem Fome”, da ONG Ação da Cidadania, criada por Herbert de Souza, o Betinho, para atender a milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza. A Ação da Cidadania tem o coletivo Comitiva Esperança como parceiro no Mato Grosso do Sul e doou, em uma primeira leva, 2.000 cestas básicas que foram distribuídas em Corumbá, Miranda, Campo Grande, entre outras localidades do estado.
A Ecoa contou também com doações de pessoas físicas como a jornalista e ambientalista Silvia Santana, que doou galões de água potável, caixas d´água e pastilhas para tratamento de água.
“Quando começou aquela situação dramática das queimadas, uma das informações que recebi da comunidade da Barra do São Lourenço, é que eles estavam sem água. De imediato eu comecei a acionar algumas pessoas próximas, pessoas da família que sabem do meu trabalho com as comunidades, no Pantanal, na ideia de juntar qualquer quantia para enviar para eles. Todos ajudaram prontamente e foi ganhando uma proporção maior, porque amigos dos amigos começaram a ajudar e virou uma corrente bem bacana. Recebi doações de fora de Campo Grande, de vários estados do Brasil.”, relata Silvia Santana.
“No período de Covid-19, incêndio e severidade climática, a água foi um elemento muito importante para que essas pessoas tivessem o mínimo de resiliência”, declara André Luiz Siqueira, diretor-presidente da Ecoa.
Veja abaixo outras ações que a Ecoa já realizou no enfrentamento à COVID-19 no Pantanal:
– Foi contratado o geógrafo Rafael Sá para atuar em Corumbá (Mato Grosso do Sul) na prevenção, monitoramento e análise de dados em relação à COVID-19 no Pantanal. Ele fica todo o tempo disponível para chamada das populações mais isoladas com intuito de transmitir orientação e até realizar encaminhamento ao órgão de saúde.
– Foi enviada uma carta à superintendência da Secretaria de Aquicultura e Pesca, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Brasília, pedindo que fossem normalizados os prazos de pagamento do seguro defeso (o seguro desemprego dos pescadores).
– Foi feito um levantamento de informações em comunidades tradicionais, locais e grupos da categoria de pescadores/as profissionais, da área urbana e rural do Pantanal, com enfoque na identificação de vulnerabilidades e dificuldades vivenciadas nos territórios, frente ao período de pandemia. Os resultados desse levantamento podem ser encontrados neste documento com o título “Crise sanitária e ambiental para as comunidades locais do Pantanal”, escrito sob a coordenação da socióloga da Ecoa, Nathalia Eberhardt Ziolkowski.
– Foram doadas 6.000 máscaras para proteção individual.
– Foram promovidos webinars com dados sobre a pandemia, veiculados pelas redes sociais da Ecoa.
– Foram doadas cerca de 9 toneladas de alimentos para comunidades tradicionais do Pantanal.
– Foi feito o acompanhamento da vacinação da população ribeirinha bem como pressão dos órgãos municipais para que houvesse a vacinação.
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Precisamos muito do seu apoio para o trabalho de defesa do Pantanal, na conservação e busca do desenvolvimento sustentável. Em 2020, muitos ajudaram a Ecoa a estar na linha de frente contra os incêndios, por exemplo. Esperamos contar com você: www.ecoa.org.br/apoie