Ecoa no Pantanal

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Trailer da Ecoa estacionado próximo a Casa Marechal Rondon, na Comunidade do Porto da Manga. Imagem: Arquivo Ecoa.

Há mais de 30 anos a Ecoa atua no Pantanal e na Alta Bacia do Rio Paraguai, onde sua equipe realiza pesquisas, desenvolve projetos, monitora problemas sociais e ambientais e fazem campanhas e trabalhos junto a comunidades tradicionais. Também cuida de articular a sociedade civil para que as ações comuns em defesa da região e suas populações tenham maior força e repercussão.

Trabalho em campo – barcos Ecoa

Pesquisadores utilizam barco da Ecoa no Pantanal para o levantamento de dados e realização de pesquisa científica na região (Imagem: Arquivo Ecoa)

O trabalho que a equipe da Ecoa realiza em campo conta com uma lancha rápida e um barco estacionados em Corumbá (MS). A lancha atende pesquisadores de diferentes áreas e também membros de instituições públicas, que trabalham em parceria com a organização. Em setembro de 2015, por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e da Universidade de Kentucky-UK (EUA), que desenvolviam estudos sobre as mudanças ambientais e a evolução dos lagos da Serra do Amolar, utilizaram a embarcação para deslocarem-se até a região.

Em 2020, no contexto de pandemia, a embarcação também serviu para a distribuição de alimentos destinados a famílias ribeirinhas do Pantanal, muitas em situação de fome. Além disso, apoiou no transporte de brigadas oficiais (Prevfogo/Ibama) e, também, de brigadas comunitárias voluntárias no trabalho de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal na região da Serra do Amolar, salvando centenas de famílias e animais do fogo.

Brigadistas utilizam barco da Ecoa para o trabalho de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal, 2020 (Imagem: Arquivo Ecoa)

Pesquisa e apoio a comunidades – bases físicas

A Ecoa possui no Pantanal duas bases físicas para o suporte a pesquisas e atendimento a comunidades. Uma delas é um trailer estacionado nas margens do rio Paraguai, na comunidade do Porto da Manga, a jusante de Corumbá, MS.

Trailer da Ecoa estacionado próximo a Casa Marechal Rondon, na Comunidade do Porto da Manga (Imagem: Arquivo Ecoa)

A outra é uma base de 120 m2, de alvenaria, no Porto Amolar, no pé da serra que tem o mesmo nome. Nessa última base, foi instalada uma mini-estação de tratamento de água. Ela conta com energia solar e com internet. Por lá, passaram (e passam) inúmeras equipes de pesquisadores e instituições que desenvolvem trabalho de apoio à conservação da região e das comunidades locais.

Base de apoio da Ecoa, localizada no pé da Serra do Amolar (Imagem: Arquivo Ecoa)

Em 2019, a base ganhou um anexo onde funciona o Centro de Processamento do Mel e Frutos Nativos da Serra do Amolar – Pantanal. Um centro de produção adequado as normas sanitárias vigentes, com certificação para a produção do mel – Selo Municipal de Inspeção (SIM Número 15/Corumbá-MS) e utilizado pelas as famílias ribeirinhas do Pantanal que processam e envasam o mel, além de outros produtos derivados, por exemplo, da Laranjinha-de-Pacu.

Anexado à base da Ecoa, está o Centro de processamento de mel e frutos nativos da região (Imagem: Arquivo Ecoa)

A base também conta com um sistema de energia solar fotovoltaica que garante iluminação, refrigeração e ventilação.

Usina solar instalada na base de apoio da Ecoa (Imagem: Arquivo Ecoa)

Conservação – Áreas protegidas

A Ecoa tem duas áreas na Serra do Amolar. A primeira delas, de 91 hectares, está localizada na entrada da baia do Taquaral, logo abaixo da Vila Amolar. A outra, de 400 hectares, é acima da Vila, na encosta da Serra – combina florestas com área alagável. A aquisição, na década passada, teve como objetivo evitar que esta fosse a destinações como hotéis e outros fins.

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Suporte ao desenvolvimento – convênios

A Ecoa mantém convênio com universidades, instituições de pesquisa e com organizações governamentais, a partir do desenvolvimento de pesquisas e suporte a elas, principalmente no Pantanal. Essa ‘marca’ da instituição é estratégica para a defesa da região a partir da geração de conhecimentos.

Além da pesquisa, a organização tem como tradição dar suporte para o desenvolvimento de mestrados e doutorados de diferentes instituições de ensino, inclusive internacionais.

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Ecologia do baru

Publicado originalmente dia 05/07/2022. Árvore do Cerrado, o baru participa de diversas interações ecológicas. A espécie frutifica

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Ecoa no Pantanal

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O pesquisador Paulo Robson, da Universidade Federal de MS e membro do Conselho da Ecoa, fotografa flores da Vitória Régia logo nos primeiros raios de sol. Foto da década de 90, na Baía Negra, próximo a Ladário, MS.

No Pantanal e na Alta Bacia do Rio Paraguai as pessoas que, de alguma maneira, participam da Ecoa, fazem pesquisas; desenvolvem projetos; monitoram os grandes problemas; fazem campanhas e atuam junto a várias comunidades tradicionais.

Também cuidam de articular a sociedade civil para que as ações comuns em defesa da região e suas populações tenham maior força e repercussão.

Audiência pública com a comunidade da Barra do rio São Lourenço (2015).
Audiência pública com a comunidade da Barra do rio São Lourenço (2015).

Barcos

Para o trabalho de campo a Ecoa conta com uma lancha rápida, estacionada em Corumbá (MS), e um barco em Porto Murtinho, no sul do Pantanal, na fronteira com o Paraguai.

A lancha atende pesquisadores de diferentes áreas e às vezes membros de instituições públicas que trabalham em parceria com a Ecoa. Em setembro de 2015, por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e da Universidade de Kentucky-UK (EUA) que desenvolvem estudos sobre as mudanças ambientais e a evolução dos lagos da Serra do Amolar utilizaram a embarcação para deslocarem-se até a região.

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Bases físicas

A Ecoa possui no Pantanal duas bases físicas para suporte a pesquisas e atendimento a comunidades. Uma delas é um trailer estacionado nas margens do rio Paraguai, na comunidade da Porto da Manga, a jusante de Corumbá. A outra é uma base de 120 m2 , de alvenaria, no Porto Amolar, no pé da serra do mesmo nome.

Por ela, já passaram inúmeras equipes de pesquisadores e instituições que desenvolvem trabalho de apoio à conservação da região e das comunidades locais.

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Base de apoio a comunidades e suporte para pesquisas. Núcleo Ecoa – Vila Amolar.

Áreas protegidas

A Ecoa tem duas áreas na Serra do Amolar. A primeira delas, de 91 hectares, está localizada na entrada da baia do Taquaral, logo abaixo da Vila Amolar. A outra, de 400 hectares, é acima da Vila, na encosta da Serra – combina florestas com área alagável. A aquisição, na década passada, teve como objetivo antecipar a possíveis destinações como hotéis e outros fins.

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Pesquisas

A Ecoa mantém convênio com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e também trabalha com outras instituições desenvolvendo pesquisas ou dando suporte a elas, principalmente no Pantanal. Essa ‘marca’ da instituição é estratégica para a defesa da região a partir da geração de conhecimentos.

Além da pesquisa a organização tem como tradição dar suporte para o desenvolvimento de mestrados e doutorados de diferentes instituições de ensino, inclusive internacionais.

O pesquisador Paulo Robson, da Universidade Federal de MS e membro do Conselho da Ecoa, fotografa flores da Vitória Régia logo nos primeiros raios de sol. Foto da década de 90,  na Baía Negra, próximo a Ladário, MS.
O pesquisador Paulo Robson, da Universidade Federal de MS e membro do Conselho da Ecoa, fotografa flores da Vitória Régia logo nos primeiros raios de sol. Foto da década de 90, na Baía Negra, próximo a Ladário, MS.

Algumas das pesquisas:

Coleta de iscas vivas no Pantanal: Bases para a sustentabilidade (2000) – UFMS e Ecoa

Campanha Turismo Sustentável – Preço Justo da Isca no Pantanal (2011) – ECOA, MPF e Embrapa Pantanal

Avaliação da qualidade de água para manutenção de tuviras na unidade experimental do Porto da Manga – Embrapa Pantanal, UFMS e Ecoa

Mudanças Climáticas: uma descoberta no Pantanal – Ecoa

– Plano de prevenção, mitigação e adaptação aos impactos de eventos climáticos extremos no Pantanal – Ecoa

Biocombustíveis: a cana de açúcar na bacia hidrográfica do rio Paraná – Ecoa

Sabores do Cerrado & Pantanal – UFMS, Ceppec e Ecoa

– Pantanal e Cerrado de A a Z – UFMS, Ceppec e Ecoa

Turismo de Bases Comunitárias (2013)

Bocaiuva: Técnicas e dicas de aproveitamento (2012)

– Caderno do Aluno – Pantanal: mundo das águas

– Construção participativa de estratégia para a sustentabilidade ambiental, sociocultural e econômica das famílias ribeirinhas de pescadores de iscas no Pantanal de Mato Grosso do Sul (Projeto Tuvira), 2013 – Embrapa Pantanal, ECOA e ICMBio

Descrição do comércio de iscas vivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul em 2007 -2009 – Josineidy Miriã Vigabriel da Silva (UFMS)

Diretrizes para o manejo sustentável da atividade de coleta de de iscas vivas (2003) – Álvaro Banduci Junior – UFMS / Ecoa

Teses e dissertações desenvolvidas em áreas que a Ecoa trabalha:

– Comunidade ribeirinha Barra de São Lourenço: um estudo heurístico sobre desenvolvimento local como projeto endógeno e comunitário – Silvia Santana (Ecoa)

– Mapeamento de Eventos Naturais Extremos e seus impactos sobre Comunidades Pantaneiras – Vanessa Spacki (Ecoa)

– Conflitos Socioambientais em Comunidades Tradicionais da Fronteira Brasil-Bolívia e a experiência de implantação do turismo de base sustentável como alternativa de renda na Comunidade da Barra do São Lourenço – André Siqueira (Ecoa)

– Entre Barras e Barrancas: Elementos da Ecologia dos ribeirinhos da comunidade Barra do São Lourenço – MS – Alisson Pereira (Ecoa)

– Escolhas Sustentáveis – Quatro Temas Importantes (Biodiversidade, Uso da Terra, Água e Aquecimento Global) – Rafael Chiaravalloti (ECOA)

Educação Ambiental e a Atuação das ONGs: uma Análise das Ações da Ecoa em Mato Grosso do Sul – Maria Riveliza da Silva 

– Diagnóstico da atividade de Captura de iscas vivas no Pantanal e propostas para melhoria de manutenção em cativeiro- 2006 – Marcelo Soares de Oliveira, orientado pela Msc Rosana Aparecida Cândido Pereira – Embrapa / Ecoa / UFMS / UCDB / Ibama

– Técnicas para conservação e aumento da taxa de sobrevivência do caranguejo de água doce (Dilocarcinus pagei) no Pantanal Sul- Mato-grossense (2003) – Ortega e outros – UFMS / Embrapa

A capacitação construtiva local e o estímulo ao uso do cumbaru (Dipterix alata vog) no Assentamento Andalucia, em Nioaque MS – Rosemarly Fernandes Mendes Candil

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