/

Energia Renovada

3 minutos de leitura
Foto: Divulgação

Folha de S.Paulo

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

São Paulo – Enfim uma boa notícia: permaneceram estáveis, pelo segundo ano consecutivo, as emissões de gases do efeito estufa lançados para gerar energia no mundo.

Como o PIB global avançou mais de 3% em 2014 e 2015, conclui-se que teve início o chamado desacoplamento entre poluição climática e crescimento econômico.

O aumento da produção sempre esteve acompanhado de maior consumo energético e, por consequência, do lançamento de gases como o dióxido de carbono (CO2), que retêm radiação na atmosfera e a aquecem, agravando o fenômeno natural do efeito estufa.

A Agência Internacional de Energia mede as emissões globais há mais de 40 anos. Em apenas três momentos – no início dos anos 1980, após o choque do petróleo, em 1992, com o fim da União Soviética, e em 2009, na crise financeira mundial- elas haviam sido iguais ou menores que no ano anterior.

O primeiro ano em que o produto mundial se expandiu emitindo a mesma quantidade de gases do efeito estufa foi 2014. Em 2015 observou-se o mesmo, o que leva muitos analistas a dizer que se iniciou um processo de descarbonização, objetivo do Acordo de Paris adotado em dezembro por 195 países.

Só se pode crescer sem poluir mais de duas maneiras: alterando a matriz energética em favor de fontes menos intensivas em carbono, ou aumentando a eficiência da energia. No segundo caso, trata-se de obter os mesmos bens e serviços com menos eletricidade ou combustível, por meio de máquinas e veículos aperfeiçoados.

O maior impulso, contudo, parece vir de mudanças incipientes na própria matriz. Cai o consumo de carvão, o combustível fóssil mais poluente, e ganham espaço energias limpas, como a eólica e a solar fotovoltaica. Da energia nova que entrou em linha no ano passado no mundo, 90% provieram de fontes renováveis.

É o processo dominante na China, maior poluidor mundial, que tem fechado minas de carvão e gerado cada vez mais eletricidade em usinas hidrelétricas, eólicas e solares. Nos EUA, segundo país que mais contribui para o aquecimento global, troca-se carvão por gás natural, um fóssil menos poluente.

Outros países em desenvolvimento mantêm a velha conexão entre PIB e energia e compensam os ganhos obtidos alhures -daí a estabilização das emissões globais. Mas ficam para trás na inevitável corrida pela descarbonização.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Em novembro de 2023 a Ecoa participou de reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apresentando a necessidade de o Banco tivesse especial atenção para a América do Sul quanto à questão climática. A região precisaria do BID para apoiar projetos voltados para a mitigação de eventos climáticos extremos em diferentes territórios. As cidades “biomas” precisam de apoio especial para medidas básicas como a arborização adequada a esses novos tempos.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, criador da RPPN Água Branca – nova reserva reconhecida oficialmente pelo ICMBio, que garante a proteção definitiva da segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, no município de Pedro Gomes.Seu Nelson foi recebido pela pesquisadora Fernanda Cano, e Alcides Faria, diretor institucional e um dos fundadores da Ecoa, e conversaram sobre as possibilidades que se abrem com a preservação da cachoeira e a criação da RPPN.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, proprietário da