Texto originalmente publicado em: 07/04/09
A Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada no Rio Uatumã na Bacia Amazônica, deve parar de funcionar na opinião do historiador e diretor da organização não-governamental International Rivers, Glenn Switkes.
Em entrevista à Radio Nacional, Switkes destacou os problemas causados pela construção da usina e defendeu a desativação do complexo como uma alternativa para o Brasil.
A Usina de Balbina foi construída em 1989 com o propósito de abastecer a cidade de Manaus. No entanto, especialistas apontam que a construção foi um erro pois, além dos altos custos, o empreendimento não gera energia suficiente para a capital e inundou parte de um território indígena com uma população de 250 famílias.
“As decisões sobre a expansão da capacidade hidrelétrica da Amazônia estão sendo feitas de maneira política e não técnica”, afirma Switkes.
Outro aspecto negativo destacado por ele é a quantidade de gás carbônico lançado no ar pela a usina. Segundo o historiador, Balbina emite 50 vezes a quantidade de gás carbônico de uma usina termelétrica a gás natural e dez vezes mais que uma termelétrica a carvão mineral.
“Isso é uma grande contribuição do Brasil para as emissões de gás carbônico que causam o efeito estufa”.
De acordo com Switkes, a área inundada pela hidrelétrica chega a 4.447 quilômetros quadrados, quase o dobro do que foi divulgado pela Eletronorte. Isso faz com que Balbina seja um dos dez maiores lagos artificiais do mundo, em plena Floresta Amazônia. “É um monumento de descaso do Brasil em termos de meio ambiente.”
Para diminuir a quantidade de problemas causados, Switkes defende a diminuição no nível de operação da barragem e depois a desativação. “Devolver as águas do Rio Uatumã para o seu curso natural, seria um bom exemplo do reconhecimento técnico do Brasil sobre o desastre que foi criado no caso de Balbina”, defende.