Estudo revela que abelhas sociais sem ferrão alimentam suas larvas com um tipo especial de fungo

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Foto: Instituto Biológico

Um estudo realizado em parceria entre Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp) e ITV (Instituto de Tecnologia Vale), publicado recentemente pela revista Current Biology da Cell Press, revela que abelhas sociais sem ferrão, do Brasil, alimentam suas larvas com um tipo especial de fungo que se desenvolve dentro do ninho e, sem ele poucos imaturos sobrevivem. É o primeiro registro desse tipo de simbiose entre uma abelha social e o fungo cultivado.

Foto: Instituto Biológico
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A pesquisa aponta que as larvas criadas com alimento estéril suplementado com filamentos do fungo tem uma taxa de sobrevivência de 76%, enquanto as larvas criadas nas mesmas condições, porém sem o fungo, raramente sobrevivem e, apenas 8% completam o desenvolvimento. Os pesquisadores suspeitam que outras abelhas também possuem dependência de fungos e afirmam terem encontrado fungos similares em diferentes espécies de abelhas sem ferrão e de gêneros distintos.

“Simbiose entre abelhas e microrganismos é mais frequente do que imaginávamos. O assunto tem sido explorado por pesquisadores para melhorar a saúde das colônias”, diz Cristiano Menezes, pesquisador da Empresa Amazônia Oriental e Conselheiro da associação A.B.E.L.H.A. “A diversidade de abelhas sociais, sub-sociais e solitárias é tão grande que – especialmente nos ambientes tropicais – é muito provável a existência de outros sistemas de cultivo de microrganismos”, destaca.

Curiosamente, fungos do gênero Monascus, similares aos que foram encontrados nas abelhas, têm sido usados há séculos pelos asiáticos como conservante para alimentos. Esses fungos são conhecidos por secretar compostos químicos com propriedades antimicrobianas, anticancerígenas e com outros benefícios para a saúde humana. “Essa relação de simbiose descoberta deve revelar novas substâncias que podem ser aplicadas tanto aos humanos, como na saúde das abelhas”, finaliza Menezes.

Fonte: Fernanda Longon/ A.B.E.L.H.A.S

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