Por Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordena o Programa Oásis de proteção aos polinizadores, da Ecoa
O que pode ter em comum estas três localidades? Além de suas belezas particulares, é claro. Bem, lugares para a conservação de abelhas é uma boa resposta. Em meio ao desaparecimento em massa das polinizadoras por todo o mundo e cenários de catástrofes globais com impactos diretos na alimentação e, portanto, na economia dos países, pesquisadores buscam formas para preservação das abelhas.
Em Londres, especificamente no terraço do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados (IALS para a sigla em inglês), foram construídos apiários para conservação de abelhas e também para produção de mel. O oásis urbano já é praticado há um tempo pelos europeus, que instalam apiários em terraços de grandes construções nas cidades devido à proximidade com grandes parques de conservação, portanto, com a variedade de plantas e flores para polinização.
Nas margens do rio Sena, em Paris, podemos encontrar um tipo de hotel para as abelhas, onde são cuidadas e estimuladas a polinizar a flora presente na região. E, no Pantanal, em suas regiões mais selvagens, está um potencial oásis para a proteção de polinizadores sob risco de extinção.
Oásis, um projeto feito pela Ecoa para proteção às espécies polinizadoras, traz a proposta de oferecer condições para sua sobrevivência e conservação, em regiões onde não se utilizam agrotóxicos – ou com baixo uso – e que os efeitos do desmatamento não se fizeram sentir completamente, como no Pantanal. Além disso, a conservação, feita com auxílio de famílias ribeirinhas, contribui para geração de renda a partir da produção e venda de mel. São dezenas de famílias que podem ser ajudadas nesta perspectiva.
Em 2016, foi realizada uma capacitação com a comunidade do São Francisco, promovida pela Ecoa com apoio da Embrapa Pantanal, onde os moradores da região aprenderam o manejo correto para produção de mel e também formas para o combate ao fogo, sendo que as queimadas são uma grande ameaça as polinizadoras.
A Ecoa busca suporte para que ‘Oásis’ seja definitivamente instalado e tenha sua permanência no tempo garantida. Para isso, são necessários recursos e o seu apoio através de doações diretas e por meio da compra de canecas da campanha, as quais têm a mandaçaia pantaneira, o beija-flor-dourado e o morcego-beija-flor como símbolo.