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Fogo no Cerrado: quando isso é bom ou ruim para a vegetação?

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Fogo no Cerrado. Foto: Wilson Pedrosa/Estadão

Pesquisa Científica: O estudo From ashes to flowers: a savanna sedge initiates flowers 24 hours after fire, publicado na revista Ecology nesta segunda-feira (25/03), confirmou a teoria de que o manejo do fogo, de forma criteriosa e inteligente, é indispensável para a preservação do Cerrado. O foco do artigo é a erva Bulbostylis paradoxa, vulgarmente conhecida como “cabelo-de-índio”. Na pesquisa, foi notado que essa espécie vegetal inicia sua floração apenas 24 horas após a queimada.

A queima da Bulbostylis paradoxa: A pesquisadora Alessandra Fidelis, professora da Unesp, campus de Rio Claro, identificou em seu projeto de pesquisa intitulado “Como a época do fogo afeta a vegetação do Cerrado” a capacidade de rápido florescimento da erva Cabelo-de-Índio, após uma queimada. Ela notou que as plantas dessa espécie começaram a apresentar pontinhos brancos 24 horas depois de queimadas. Esses pontinhos são as inflorescências despontando. Em pouco mais de uma semana, as flores se encontram completamente formadas e aptas à polinização. A Bulbostylis paradoxa é uma planta amplamente difundida na América do Sul, desde a Venezuela até o sul do continente.

Cerrado: A capacidade de rebrotar e florescer depois de uma queimada, faz do Cerrado um tipo de savana muito peculiar. O tema gerou tamanha curiosidade que levou o professor Leopoldo Magno Coutinho, da Universidade de São Paulo (USP), a estudar essa dinâmica de regeneração pós-fogo em sua tese de livre-docência. Um dos fatores interessantes resultantes dessa queimada é a grande oferta de sementes, que se torna um importante recurso para animais predadores, como formigas ou aves. A rebrota também oferece folhas mais tenras e palatáveis para mamíferos de grande porte, como veados e bois.

Quando a queimada se torna um problema: De acordo com Fidelis, o grande problema em relação ao fogo são os incêndios criminosos ou mesmo incêndios espontâneos que acabam assumindo proporções desastrosas devido ao acúmulo de material combustível depois de anos sem queima adequada. Apesar da vegetação se regenerar com facilidade pós-queimadas, a fauna sofre perdas, devido à dificuldade de fugir de incêndios. Por isso, como ressalta Fidelis, é preciso haver um manejo criterioso do fogo.

Para ler a matéria da Fapesp completa, acesse o link.

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