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Fundação da Associação de Mulheres Ribeirinhas do Porto Esperança

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No dia 11 de outubro de 2016, na comunidade tradicional de Porto Esperança, aconteceu a primeira reunião de mulheres com o objetivo de criar uma organização social legitimada localmente, com vistas a fortalecer a luta política da comunidade que vem sofrendo com conflitos de interesse territorial.

Neste dia histórico, reuniram-se em uma das salas de aula da Escola Municipal Polo Porto Esperança e Extensões, 11 mulheres da comunidade, interessadas em compartilhar da iniciativa de lideranças locais e compor o núcleo de associadas.

Por duas horas e meia, discutiram suas necessidades e a importância de se organizarem politicamente para somar forças a Associação de Moradores do Porto Esperança, nas reivindicações básicas para melhoria de vida da comunidade.

Sua primeira luta é pela estrada que liga a comunidade a Porto Morrinho e a BR 262. É uma estrada muito antiga, assim como a comunidade que é centenária. Considerada um distrito de Corumbá, Porto Esperança já contou com uma estrutura de correios, cartório, posto de saúde e posto policial, contas suas moradoras. Isso porque a linha férrea que ligava o Pantanal a outras localidades do estado e do país estava localizada em Porto Esperança, que teve sua estação inaugurada em 1912.

A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil era a companhia responsável pela linha férrea, que fazia da localidade um ponto de passagem com grande fluxo, ligando o transporte ferroviário ao transporte fluvial, ofertando muitas possibilidades aos moradores da região, mas o encerramento de suas atividades provocou a migração de muitos moradores e o desinteresse público na manutenção da estrada que hoje não está aberta para o tráfego.

Para que as pessoas que vivem ou visitam Porto Esperança cheguem à comunidade, é preciso navegar por 30 minutos. O fato dos 7km de extensão da estrada não estarem viabilizados para o translado, dificulta o acesso de moradores a cidade de Corumbá, bem como de visitantes a comunidade.

Por isso, a primeira luta da Associação de Mulheres do Porto Esperança é pela garantia de acesso terrestre aos seus moradores e moradoras.

Durante a reunião, com o apoio da Ecoa e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, nas pessoas de Nathália Eberhardt Ziolkowski (consultora técnica da Ecoa) e Aurélio Briltes (Advogado e Professor do Curso de Direito da UFMS- Fadir), foram lidos e aprovados o Estatuto da Associação, bem como a Ata de Fundação constando da primeira diretoria eleita e votação do nome da Associação. Aprovada por unanimidade, as participantes elegeram Natalina Silva de Oliveira Mendes como Presidenta, sendo sua Vice-Presidenta a moradora Jorgina de Almeida.

 

Foto de Capa:  (Jorgina de Almeida, Vice-Presidente da Associação).

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