Durante os 30 dias de junho deste ano, o Pantanal viveu dias terríveis, com o maior número de focos de incêndio para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1998. Se considerarmos os dados desde o início de 2024, a área devastada já passa dos 700 mil hectares, segundo dados do Lasa/UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Contudo, em meio a esse cenário, a APA (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra chama atenção por não ter sido atingida pelo fogo, ainda que as queimadas tenham consumido boa parte de seu entorno – isso graças aos esforços dos brigadistas que agiram rapidamente.
A especialista da Ecoa, Fernanda Cano, esteve na região e sobrevoou a área atingida com um drone. É possível ver que a margem esquerda do rio Paraguai ficou totalmente destruída; já do lado direito, próximo à unidade de conservação, o impacto das chamas foi muito menor e ficou retido antes de alcançar o corixo.
O caso é reflexo do trabalho da Ecoa para a formação e capacitação das brigadas voluntárias no Pantanal, que teve início no ano 2000 e foi reforçado principalmente depois dos estragos de 2020. Hoje, os Guardiões do Pantanal monitoram diariamente os limites da APA e estão aptos a controlar qualquer ponto de ignição antes que ele tome grandes proporções.
A formação das brigadas comunitárias voluntárias é um trabalho que a Ecoa realiza com o Prevfogo/Ibama (responsável pelo treinamento), a WWF Brasil e a SOS Pantanal.
Confira abaixo um vídeo das áreas atingidas e o contraste com a APA Baía Negra ao fim, que permaneceu preservada.
Texto atualizado às 12h24 para adição de vídeo.