– ONGs e sociedade mobilizam-se em defesa do Pantanal.
– Universidade Federal do Paraná prepara novo megaprojeto.
– Dragagem é o grande “negócio”.
Gestado na década de 1980, o projeto da Hidrovia Paraná-Paraguai passou por estágios como o suporte e posterior desistência de agências multilaterais de financiamento como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. Apresentado em 1987, pelo Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH), ele previa pesadas intervenções de engenharia tais como derrocamento, dragagem e canalização estrutural em centenas de trechos ao longo de todo o sistema formado pelos 3.400 km dos dois rios -, desde Cáceres, no Mato Grosso, Brasil, até Nueva Palmira, no Uruguai.
Em 1998, o governo Fernando Henrique Cardozo anunciou a desistência brasileira devido aos impactos ambientais e a inviabilidade econômica. Recentemente, ele foi retomado através do Ministério dos Transportes através da contratação da Universidade Federal do Paraná para elaboração de um EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), o qual está em fase de finalização. Pelo que foi divulgado até agora, as intervenções previstas no Pantanal são maiores que aquelas do projeto original de 1987, e cancelado por Fernando Henrique, pois considera rios tributários do Paraguai.
A Ecoa, o Instituto Centro de Vida e o Instituto Gaia estão trabalhando com outras organizações e pesquisadores no monitoramento geral do projeto. Dois eventos foram realizados e as conclusões são de que os riscos são enormes e em razão disso estudos devem ser feitos e a mobilização ampliada. Comunidades tradicionais estão em alerta.
