Informativo Pantanal Nº 16: investigados por incêndios, BNDES financia barcaças para a hidrovia e desmatamento na Bacia do Miranda

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Foto: Observatorio Pantanal.
  • Informativo Pantanal Nº 16: principais atualizações sobre o bioma.

BNDES financia barcaças para a hidrovia no Pantanal. Braço da J&F receberá R$ 3,7 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 3,7 bilhões para a construção de 400 barcaças e 15 empurradores para a Hidrovia Paraná Paraguai, via que no Brasil atravessa o Pantanal, de Cáceres, no MT, até Porto Murtinho no MS. A justificativa é que os equipamentos serão destinados para o transporte de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai.

A empresa a recebedora dos recursos – com origem no Fundo da Marinha Mercante (FMM) – é a LHG Logística, do grupo J&F, o mesmo que adquiriu em abril de 2024 as minas de ferro e manganês da Vale em Corumbá (MS), por R$ 1 bilhão.

Com isso surgem alguns questionamentos:

Teria o Banco considerado as sucessivas crises climáticas que afetam a região?

A J&F assumiu o acordo para construção de barcaças feito pela Vale com a HBSA em 2012?

Em 31 dos últimos 60 meses, o rio Paraguai não teve as condições ideais para navegação.

Leia o texto completo aqui.

Pantanal. Polícia Federal cumpre mandados de prisão por incêndios criminosos

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (20/9) a Operação Prometeu para combater os crimes de incêndio, desmatamento, exploração ilegal de terras da União, entre outros, na região de Corumbá/MS.

Os investigados são suspeitos de colocar fogo para a criação de gado em área da União. O dano causado é de mais de R$ 220 milhões.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

A ocupação irregular de área, que já totaliza 6.419,72 hectares vem sendo utilizada para exploração econômica por meio da pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado.

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Apenas 32 de 594 parlamentares destinaram emendas para área ambiental

  • Nenhum parlamentar de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – estados que abrigam o Pantanal – destinou verbas para a proteção do bioma.

Em um contexto de crescente destruição ambiental, apenas 28 deputados e 4 senadores alocaram emendas individuais para três programas do Ministério do Meio Ambiente neste ano. Esse número representa uma fração pequena do total de 594 congressistas, evidenciando um desinteresse em apoiar iniciativas que enfrentam a crise climática e os incêndios florestais, que se intensificam no país.

Nenhum dos parlamentares de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul destinou recursos para ações de prevenção e combate a incêndios florestais no Pantanal. A chamada “bancada do Pantanal” conta com 22 parlamentares dos dois estados.

Confira a lista completa aqui.

Governança na Paisagem Modelo Pantanal: após oficina, mineradora contribui no fornecimento de água potável para famílias de assentamento rural

Em dezembro de 2023, a Ecoa e a 1000 Landscapes for 1 Billion People realizaram uma Oficina para testarem módulos do curso de Gestão Integrativa da Paisagem Modelo Pantanal com lideranças, moradores e outros atores presentes no território.

Um dos resultados foi o diálogo entre Vera Lúcia Batista, uma das lideranças do Assentamento Rural São Gabriel e Júnior Gutierrez, gestor ambiental da Vetria Mineração do grupo Vetorial.

Parte do assentamento estava sem o fornecimento de água potável. Com o intermédio de Júnior, a mineradora atendeu essa solicitação e tem enviado caminhões pipa regularmente para abastecer parte das casas do São Gabriel. Segundo Vera, a demanda também foi atendida pela J&F mineração. 29 famílias recebem o abastecimento há 9 meses conforme as demandas e capacidade de cada caixa d’água.

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Nota Técnica mostra que Bacia do rio Miranda perdeu 562 mil hectares de floresta para a expansão da soja

A Bacia do Rio Miranda sofreu perda acentuada das formações florestais e savânicas e a expansão do cultivo de soja. A área cultivada passou de 0,4% em 1985 para 7% em 2023, substituindo pastagens e intensificando a degradação ambiental.

Vegetação desmatada às margens da MS-178, próxima ao município de Bonito. Imagem: Divulgação SOS Pantanal.

Os dados são de uma nota técnica elaborada pela SOS Pantanal em parceria com a Fundação Neotrópica do Brasil, Instituto Libio, SOS Mata Atlântica e Instituto Tamanduá.

Segundo a nota, a retirada da vegetação nativa para o plantio de monoculturas e pastagens “tem acarretado uma série de impactos ambientais negativos, incluindo a degradação da qualidade da água, o aumento da erosão do solo, a perda de biodiversidade e a alteração dos regimes hidrológicos”.

Imagens feitas recentemente por Fernanda Cano, especialista da Ecoa, mostram que o rio Miranda, um dos principais que abastece o Pantanal, está com seu volume muito reduzido.

Leia o texto completo aqui.

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