A Bacia do Rio Miranda sofreu perda acentuada das formações florestais e savânicas e a expansão do cultivo de soja. A área cultivada passou de 0,4% em 1985 para 7% em 2023, substituindo pastagens e intensificando a degradação ambiental.
Os dados são de uma nota técnica elaborada pela SOS Pantanal em parceria com a Fundação Neotrópica do Brasil, Instituto Libio, SOS Mata Atlântica e Instituto Tamanduá.
Além das perdas, o documento aponta impactos na biodiversidade: “a fragmentação de habitats e o uso intensivo de agrotóxicos impactam negativamente a fauna e flora locais, elevando os riscos de doenças zoonóticas e contaminação dos recursos hídricos”. Os impactos também se estendem ao Ecoturismo, vital para a economia de Bonito (MS).
Segundo a nota, a retirada da vegetação nativa para o plantio de monoculturas e pastagens “tem acarretado uma série de impactos ambientais negativos, incluindo a degradação da qualidade da água, o aumento da erosão do solo, a perda de biodiversidade e a alteração dos regimes hidrológicos”.
Imagens feitas recentemente por Fernanda Cano, especialista da Ecoa, mostram que o rio Miranda, um dos principais que abastece o Pantanal, está com seu volume muito reduzido. O rio é afluente do rio Paraguai, tendo papel fundamental para o Pantanal com suas inundações de uma vasta área, sustentando a biodiversidade da região.