Provavelmente as mudanças de temperatura nas águas do Pacífico já trazem consequências para o Pantanal.
Desde dezembro, as águas do Pacífico Equatorial se resfriaram mais e a atmosfera apresentava sinais de La Niña, saindo da Fase Neutra. É provável que o NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration) faça o anúncio nesta semana.
O site do Metsul explica de maneira direta qual a conjuntura para que as condições de La Niña sejam caracterizadas: “é necessário observar águas superficiais no Pacífico tropical pelo menos 0,5 °C mais frias do que a média de longo prazo (média de 1991–2020) e evidências de mudanças na circulação de Walker, que é a circulação atmosférica sobre o Pacífico tropical.”
A Ecoa tem estudado o que se passa no Pacífico, a prevalência de cada fase (La Niña, Neutra e El Niño) e possíveis efeitos de cada um deles para o clima no geral e particularmente a hidrologia do Pantanal. Uma suposição que temos – e deve ser analisada com mais profundidade – é que períodos de seca, de baixa pluviosidade teriam alguma coincidência com a Fase Neutra no Pacífico Equatorial e que períodos mais chuvosos têm presença do La Niña. O ano de 2024, dos mais secos já registrados, prevaleceram o El Niño, trazendo altas temperaturas, e a Fase Neutra.
O anúncio do CPC/NOAA deve ocorrer nesta semana. Partes da bacia do rio Paraguai, onde está o Pantanal, já receberam mais água a partir de dezembro de 2024 do que em 2023, como indicam medições da Marinha do Brasil ao longo do rio Paraguai.