- De Cáceres, no MT, à confluência com o rio Paraná, entre Paraguai e Argentina, os níveis são muito mais baixos que em 2023.
O rio Paraguai em 2024 mostra níveis muitos baixos em seu curso, desde Cáceres (MT) até alcançar o rio Paraná, entre Paraguai e Argentina. As indicações são de a dinâmica seguirá a mesma nos próximos dias, pois não há previsão de chuvas na bacia.
A seguir apresentamos um quadro com medidas dos níveis em 10 pontos para que tenham a ideia geral de que a falta de chuvas ocorre em toda a bacia e não apenas na parte pantaneira do rio. Tomamos os níveis mostradas pela Dirección de Meteorología e Hidrología del Paraguay e pela Marinha do Brasil. A Marinha brasileira traz medições diárias de Cáceres, ao norte, até Porto Murtinho, na parte sul, localidade considerada a parte final do Pantanal em território brasileiro. Já o órgão paraguaio toma medidas do rio a partir de Ladário (MS), alcançando Pilar, no curso final, antes do encontro com o rio Paraná, na Argentina.
O quadro é crítico em toda sua extensão, com níveis muito abaixo dos observados em 2023 neste mesmo período do ano, como se pode observar no quadro a seguir.
Localidade | 2023 | 2024 | Diferença 2023/2024 |
Cáceres (BR) | 1,20 | 0,68 | -0,52 |
Bela Vista do Norte (BR) * | 5,02 | 3,04 | -1,98 |
Ladário (BR) | 4,23 | 0,66 | -3,57 |
Forte Coimbra (BR)* | 3,28 | -0,62 | -3,9 |
Baia Negra (PY) | —- | 2,13 | —- |
Fuerte Olimpo (PY) | 5,62 | 2,26 | -3,36 |
Porto Murtinho (BR) | 4,59 | 1,62 | -2,97 |
Concepción (PY) | 3,4 | 1,05 | -2,35 |
Asunción (PY) | 2,28 | -0,18 | -2,46 |
Pilar (PY) | 3,08 | 1,8 | -1,28 |
Referencias dias 25/07/23 e 25/7/24
Porto Amolar: queda no nível se acelera, indicando que chegada de águas do norte/nordeste é muito menor
A Ecoa acompanha o nível do rio Paraguai no Porto Amolar, a montante de Corumbá/Ladário (MS), onde tem uma de suas bases. No local já confluíram as águas da bacia do Paraguai vindas do norte, nordeste e de sub-bacias da Bolívia, a oeste. As mediadas mostram o rio acelerou a queda no nível diário, passando de 1 centímetro para 2 centímetros diariamente desde o dia 22/7.
Consequências
São várias as consequências do baixo nível do rio Paraguai, dentre elas o impacto para a ictiofauna dificultando a sobrevivência dos ribeirinhos, a ampliação de áreas suscetíveis a incêndios e a impossibilidade de navegação dos comboios de barcaças para o transporte de minérios – dos últimos 60 meses apenas 30 deles permitiram o transporte em condições de normnalidade.