Via Paulo Gala / Economia & Finanças
Mariana Mazzucato chama atenção para a importância das “finanças pacientes” para o desenvolvimento tecnológico de países emergentes. O salto de escala e tecnológico das indústrias de países pobres e de renda media não vai ocorrer sem políticas adequadas que recuperem o papel dos bancos públicos como por exemplo o BNDES.
A experiência asiática da segunda metade do século XX demonstra que é incontornável a constituição de um sistema financeiro formado pela interação virtuosa entre grandes bancos comerciais públicos e privados articulado a bancos de desenvolvimento de grande porte, regulados e supervisionados, capazes de desenvolver instrumentos financeiros destinados para o crédito de longo prazo.
É bastante reconhecida a necessidade da intervenção do Estado em processos que envolvam externalidades positivas e negativas, informação assimétrica, incerteza, risco elevado e concentração do poder econômico. Entre as externalidades positivas estão a construção de infraestrutura e outros bens públicos, como a geração de conhecimento científico e tecnológico, papel que muitas vezes cabe ao investimento publico e apoio de bancos estatais.