Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, foram promovidos quatro encontros virtuais para tratar do desmatamento, queimadas, crises ambientais e a agenda gênero e ambiente no Pantanal. Os eventos foram conduzidos por especialistas nacionais e internacionais nos temas apresentados.
Debates urgentes em tempos de COVID-19 e que foram repercutidos nas redes sociais de várias pessoas e organizações, a partir das transmissões ao-vivo realizadas pelo Facebook da ECOA.
Para que possam ser sempre revisitados, devido à importância ao desenvolvimento socioambiental, estes foram disponibilizados no site da ECOA e também na íntegra das apresentações, no documento abaixo:
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Aqui, alguns destaques do evento Ocupação e Conservação no Pantanal: Ciência e Políticas Públicas no reconhecimento das comunidades tradicionais:
– A apresentação realizada por Rafael Morais Chiaravalloti trouxe um panorama geral sobre a história do Pantanal e como a participação dos grupos e comunidades nas tomadas de decisões e na geração de dados são muito mais efetivos na conservação da biodiversidade.
– O Pantanal começou seu período de ocupação no começo do século XVIII. Com a ocupação de colonizadores, começa o extermínio de indígenas que já habitavam a região como os paiaguás e os guaicurus.
– O Pantanal começou a ficar completamente dominado no século XIX e cresceu o número de fazendas na região.
– Neste mesmo período, com o fim da escravidão no Brasil e o fim da mineração na região de Cuiabá, Poconé e Cáceres, muitos negros também migraram para o Pantanal.
– Boa parte dos indígenas estavam extintos, mas um grupo permaneceu na região: os guatós. Os guatós estavam localizados na região do Amolar na divisa com a Bolívia, no meio do Pantanal.
– Atualmente, a região do Amolar conta com comunidades que têm uma identidade que remonta os guatós. Não podemos considerá-los o mesmo grupo que viveu há centenas de anos atrás, mas como um grupo que foi se misturando com pessoas que vieram de outras regiões e criaram o que chamamos de comunidade tradicional.
– Essa comunidade se organiza de forma diferente. Elas estão espalhadas na beira do rio Paraguai em núcleos isolados, extremamente semelhante a como viviam os guatós no período anterior à colonização.
– Em 1997, em uma viagem de reconhecimento da região por ONGs nacionais e internacionais foi o início da busca de direitos para as comunidades da Serra do Amolar.
– Os pesquisadores avistaram famílias no que hoje é a comunidade da Barra do São Lourenço.
– Para entender os problemas da comunidade, foi desenvolvida a ferramenta Ciência Cidadã junto a University College London, para que os próprios moradores da região pudessem coletar dados sobre o uso de seu território.
– A Ferramenta também permitiu delimitar o que era o território tradicional das comunidades, as áreas que elas usavam e os mecanismos que tinham para proteger o meio ambiente. Mais uma vez foi demonstrado que as comunidades têm um modo de vida sustentável.
– A ECOA vem atuando em outras frentes como a ampliação do direito coletivo da comunidade com entrega junto a Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Mato Grosso do Sul (SPU/MS) de TAUS (Termo de Autorização de Uso Sustentável) na região, garantindo o direito do território.
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Este evento on-line está disponível em: