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Os atuais métodos de apresentação e previsão dos cenários climáticos e hidrológicos no Brasil são frágeis

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– Não atendem as reais necessidades econômicas e sociais de unidades ambientais em tempos de mudanças climáticas e eventos climáticos extremos.

– Essa fragilidade é clara na bacia do rio Paraguai.

Caso você necessite de informações e análises hidrológicas e climáticas sobre o Pantanal e sua bacia, não as terá de modo completo, específico e claro como seria o esperado, mesmo com as várias instituições oficiais estaduais e federais voltadas esses fins. Uma quantidade enorme de dados são captados e distribuídos, mas de pouco servem para atender necessidades básicas daqueles que operam e dependem diretamente de análises e previsões consistentes para inúmeras atividades, dentre elas a preparação para a prevenção de incêndios, as cheias, a navegação, a produção de energia, o plantio agrícola, o turismo, a produção e coleta de mel e a pesca em suas várias modalidades.

No dia 19 de setembro, foi divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), parte do Ministério da Agricultura e Pecuária, em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a publicação sob o título “Prognóstico de Primavera”, que mostra as fragilidades das previsões apresentadas ao público. O texto reza que no período de primavera “as chuvas podem ficar acima da média, principalmente em pontos isolados, como Acre, Roraima, sudoeste do Amazonas (Região Norte); sudeste da Bahia (Região Nordeste); Rio Grande do Sul (Região Sul); e retorno gradual das chuvas nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Região Centro-Oeste). No entanto, a qualidade e o volume de chuvas, durante a estação, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste e parte da Sul dependerão da umidade vinda da Amazônia.”

O relatório dedica à região Centro-Oeste 6 linhas, das quais apenas 4 são para chuvas: “são previstas condições favoráveis para volumes abaixo da média histórica, porém em áreas pontuais do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, podem ocorrer chuvas próximas da média, com chances do retorno gradual das chuvas entre meados de outubro e início de novembro”.

A página 2 do relatório completo é dedicada ao El Niño e à La Niña, com o histórico deste ano de 2024 em relação às temperaturas no Pacífico e às conclusões já divulgadas pelo Centro de Predições Climáticas dos Estados Unidos, seguida pela informação sobre a probabilidade de chegada do La Niña nos próximos meses, sem qualquer outra análise.

Não encontrará prognósticos no relatório do INMET sobre o clima da bacia do rio Paraguai, que, como sabem, em 2024 enfrenta uma das piores crises hídricas e climáticas já registradas, o que cria condições para a propagação de incêndios devastadores. A bacia, localizada na região Centro-Oeste, abrange 360 mil km² em território brasileiro—uma área equivalente à da Alemanha—e está situada na parte oeste do que se classifica geograficamente como “Centro-Oeste”. Ela merece, assim como cada bacia hidrográfica do Brasil, análises específicas e integradas entre hidrologia e clima, levando em consideração suas sub-bacias e outras unidades ambientais.

Conclusão

Na bacia do rio Paraguai e o Pantanal não se tem a quem recorrer para informações climáticas e hidrológicas apuradas para planejamento em qualquer área. A solução é um Centro de Operações e Informações Climáticas, com autonomia e corpo próprio.

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