A Ecoa, por meio do diretor de programas e projetos André Luiz Siqueira, enviou uma carta à ministra Marina Silva com propostas relacionadas à proteção dos ecossistemas e comunidades do Pantanal.
É necessário criar um Plano Especial de Proteção para as Comunidades e Terras Indígenas sob maior risco.
Os grandes incêndios ocorridos no bioma em 2020 mostraram que quando o fogo destrói os ecossistemas dos quais as comunidades dependem, a recuperação é lenta e às vezes nem ocorre. Então, a ação protetiva é urgente, como por exemplo, para os produtores de mel de Miranda (MS).
As principais fontes de renda dessas comunidades tradicionais são a pesca e a coleta de iscas, porém, a seca que o Pantanal tem enfrentado inviabiliza tais atividades. Com os incêndios, houve a perda de grandes árvores e de frutíferas que forneciam alimentos para a fauna e abasteciam as cadeias de extrativismo sustentável.
Além disso, os produtores de mel foram impactados pela perda das caixas de abelhas. A produção foi retomada este ano, mas é preciso evitar novos desastres.
Uma das estratégias para conter esse avanço da destruição do bioma é a ação direta dos brigadistas voluntários, Guardiões do Pantanal, que precisam de apoio para continuarem equipados e preparados para o combate.
Desde 2000, a Ecoa atua na formação de brigadas comunitárias voluntárias. O trabalho é realizado com o Prevfogo/Ibama (responsável pelo treinamento), a WWF Brasil e a SOS Pantanal.
Em 2023, as brigadas atuaram diretamente no combate aos focos iniciais de fogo, impedindo que se tornassem grandes incêndios. Vários casos foram identificados, a exemplo da ação dos brigadistas na Área de Proteção Ambiental Baía Negra, em Ladário (MS), que atuaram bravamente em conjunto com a Brigada Pantanal/ Prevfogo; da Brigada do Passo do Lontra (Corumbá, MS), atuando na Estrada Parque Pantanal e da Serra do Amolar a montante de Corumbá (MS). Entre os indígenas Terena a preparação e ação direta foi de grande importância para evitar a destruição de suas áreas, como foi o caso dos grupos formados nas aldeias São Miguel (Kinikinau), Mãe Terra (Terena).
Brigadas comunitárias voluntárias
Hoje o Pantanal possui mais de 50 brigadas, 23 das quais estão sob coordenação André Siqueira, diretor da Ecoa.
O Fundo Casa Socioambiental, o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e o WWF Brasil apoiaram diretamente a formação e a equipagem das brigadas voluntárias no Pantanal. A SOS Pantanal é outra instituição que tem uma política de formação de brigadas de prevenção e combate ao fogo, atuando em coordenação com a Ecoa.
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