Por Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista e coordena o Programa Oásis de Conservação de Polinizadores, da Ecoa
Foi com pesar que todos/as na Ecoa souberam da morte de Paulo Nogueira-Neto, nesta segunda-feira, aos 96 anos. Cientista, construtor das políticas ambientais e uma referência, inclusive para algo presente no dia a dia da Ecoa: a conservação das abelhas, principalmente as “indígenas”.
Quem foi Paulo Nogueira-Neto: Ele foi grande, já desde estudante, na luta contra a ditadura, na defesa dos direitos. Exímio pesquisador, premiado, e muito importante na atuação política. Foi Secretário Especial do Meio Ambiente (SEMA), do antigo Ministério do Interior (e depois no Ministério do Meio Ambiente e Habitação). Conseguiu apoio de governo e oposição, para aprovação de leis ambientais, como a lei que rege a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), e deixou 3 milhões e 200 mil hectares, em 26 Estações e Reservas Ecológicas [1].
Estudos sobre as abelhas: Paulo Nogueira-Neto também se dedicou a estudar as abelhas, sendo tema de sua Tese de Doutorado em 1963. Quando Professor Titular de Ecologia, do Instituto de Biociências, da Universidade de São Paulo, (USP) e Professor Honorário do Instituto de Estudos Avançados, também da USP, lançou o livro “Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão”. Em 23 capítulos, mostra “como vive um povo”, em suas palavras, que “cujas origens remontam a milhões de anos de evolução lento e persistente”.
Um marco, que merece reconhecimento.
Foto de capa: Paulo Nogueira-Neto por Yeken Serri
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