Pesquisadores elaboram recomendações sobre hidrelétricas no Pantanal

3 minutos de leitura
Foto: American Public Power, via Unplash.

Entre os objetivos do workshop “Influências de usinas hidrelétricas no funcionamento hidro-ecológico do Pantanal, Brasil”, realizado durante o VIII INTECOL, em Cuiabá, MT – estão as sugestões de ações concretas para que o impacto do conjunto das hidrelétricas no pulso de inundação do Pantanal seja o menor possível. Para tanto está sendo desenvolvido o documento final do encontro onde estarão reunidas todas as possíveis soluções discutidas durante o evento.

“Este foi apenas o primeiro passo, onde foi possível repassar a gravidade da situação. No aspecto técnico e social temos todas as informações necessárias para reverter esse quadro. Agora o que precisamos é da motivação política para efetivar essa mudança. Temos de sensibilizar aqueles que tomam as decisões”, alerta Débora Calheiros, organizadora do workshop.

Recomendações

O documento pré-elaborado sugere a revisão urgente da implantação de novas usinas e barragens, bem como a elaboração de um estudo prévio sobre o impacto conjunto de todos os empreendimentos atuais e previstos que deverá ser desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética do Ministério de Minas e Energia (EPE/MME).

Também é previsto a criação de um Grupo de Trabalho com formação multi-institucional (inter-ministerial, inclusive) e multi-disciplinar para, com base nas informações científicas existentes sobre a Bacia do Alto Paraguai (BAP) e Pantanal, formular diretrizes específicas para a sustentabilidade da região, levando em consideração a base científica já existente a conservação dos processos ecológicos que regem o funcionamento deste ecossistema.

Uma das missões do Grupo de Trabalho será pleitear junto ao Ministério do Meio Ambiente uma avaliação estratégica para a bacia do Alto Paraguai focando especificamente a matriz energética. Fundamental para verificação da real necessidade energética da região: obras desnecessárias ou previstas em locais de risco ambiental além da possibilidade de implantação de novas matrizes.

Quanto às obras já construídas ou em sua iminência a sugestão é que estas alterem o sistema de operação dos reservatórios por um regime ecológico que respeite as variações da sazonalidade e fluxo de cheias baseados em históricos e estudos já realizados.

O documento final está em compilação e recebendo sugestões. Novas reuniões deverão ocorrer até a conclusão relatório que será encaminhado aos órgãos Estaduais e Federal competentes ao assunto.

Confira as recomendações em www.internationalrivers.org/.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Em novembro de 2023 a Ecoa participou de reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apresentando a necessidade de o Banco tivesse especial atenção para a América do Sul quanto à questão climática. A região precisaria do BID para apoiar projetos voltados para a mitigação de eventos climáticos extremos em diferentes territórios. As cidades “biomas” precisam de apoio especial para medidas básicas como a arborização adequada a esses novos tempos.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, criador da RPPN Água Branca – nova reserva reconhecida oficialmente pelo ICMBio, que garante a proteção definitiva da segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, no município de Pedro Gomes.Seu Nelson foi recebido pela pesquisadora Fernanda Cano, e Alcides Faria, diretor institucional e um dos fundadores da Ecoa, e conversaram sobre as possibilidades que se abrem com a preservação da cachoeira e a criação da RPPN.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, proprietário da