Conferência Pantanal
Os devastadores incêndios no Pantanal em 2020 provocaram um quadro de destruição ambiental que será uma ferida aberta com repercussões econômicas e sociais nos próximos anos. Os meios naturais de subsistência de milhares de famílias, calcados no extrativismo, foram destruídos. O turismo – a atividade que mais gera trabalho e renda na região – não voltará à normalidade no curto prazo, pois já apresentava problemas sérios com a pandemia de Covid-19. A recuperação dos ecossistemas pantaneiros, com o repovoamento por animais, incluindo os polinizadores e as aves, tomará tempo e demandará muito cuidado.
Prevenção
O ponto de partida deve ser a PREVENÇÃO para que em 2021, caso se mantenha o quadro de emergência climática com águas baixas no Pantanal, não se repita a tragédia de 2020. A impunidade observada até agora para aqueles que desmatam e provocam incêndios deve acabar com o fortalecimento do trabalho de fiscalização, inexistente em 2019 e 2020. Nesta mesma perspectiva da Prevenção, as brigadas profissionais do Prevfogo/Ibama devem ser reforçadas, e, além disso, deve ser multiplicado o número das brigadas voluntárias, preparando-as também para ações educacionais. Estradas devem ser cuidadas para não serem focos do fogo e novos equipamentos de combate ao fogo devem estar à disposição em diferentes regiões, principalmente em comunidades. Atenção especial deve ser dada para as Unidades de Conservação, tanto públicas como privadas (RPPNs).
Apoio
É necessário também o APOIO em linhas estratégicas e concretas, tanto para a recuperação das famílias pantaneiras, tratando de garantir suas condições de alimentação básicas e os mecanismos de defesa frente ao fogo através de treinamentos e equipamentos. É necessário, também, destravar e aprovar regulamentações prontas como a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, a PL 11276/18, parada na câmara desde fevereiro de 2019. Em 2020 várias comunidades e famílias teriam evitado muitos riscos e danos se o trabalho preparatório para o que viria tivesse sido realizado.
Recuperação
Se temos a PREVENÇÃO como ponto de partida, a RECUPERAÇÃO é a grande chave de médio e longo prazo. Os primeiros diagnósticos que temos indicam que vários ecossistemas necessitarão de Planos e Projetos de recuperação, inclusive como ferramenta de apoio para as famílias e sua sobrevivência. Espécies que forneçam alimentos para os polinizadores, por exemplo, serão fundamentais nos projetos de recuperação.
Evento – A Conferência Pantanal ocorre no dia 04 de novembro com transmissão ao vivo pelo Facebook da Ecoa, às 18h do horário de Brasília (17h do horário do Pantanal).
Foto de Capa: Rafael Chiaravalloti