Por Nathália Eberhardt e Paula Isla Martins – Pesquisadoras da Ecoa
A instalação de represas ao longo de toda a bacia do rio Paraguai é uma das principais ameaças ao Pantanal.
As represas são parte de unidades geradoras de energia que utilizam a água de rios para produção de energia elétrica. Essas unidades podem ter diversos tamanhos, podendo ser de Usinas Hidrelétricas – UHEs, com potência de mais de 30 MW, Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs, com potência entre 1 e 30 MW e Centrais Hidrelétricas – CGHs, com potência de até 1 MW.
Dentre os principais impactos deste tipo de empreendimento podemos destacar: inundação e perda de habitat, barreira na movimentação dos peixes, fechando as suas rotas migratórias, o que diminui a reprodução e, consequentemente, a quantidade de peixes nos rios, influenciando a pesca seja através da alimentação e na geração de emprego e renda. Além de impactos ambientais severos como alterações na quantidade de sedimento e de nutriente nas águas, alterações no regime hídrico dos rios, etc.
A Ecoa acompanha os efeitos e impactos das barragens para a geração de energia na bacia do Paraguai, porque, em primeiro lugar, retém água que deveria seguir livre para o Pantanal e por alterarem o meio onde são inseridas, provocando inúmeros impactos sociais, econômicos, culturais e ambientais. Vale o registro que um dos maiores impactos das represas na bacia é o dano para a reprodução de peixes, base da economia do Pantanal.
Mais amplamente a Ecoa acompanha os efeitos das barragens e outras grandes infraestruturas na bacia do rio da Prata, distribuída entre Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil. São 3 as grandes sub-bacias que a formam: a do Paraná, a do rio Paraguai e a do rio Uruguai.
A Bacia do Prata está entre as mais importantes do mundo em termos de biodiversidade, e entre as mais ameaçadas, o que torna as ações de monitoramento promovidas pela Ecoa em associação com outras instituições muito importantes.
