Com apoio do Fundo Socioambiental Casa, a comunidade do São Francisco, a montante da cidade de Corumbá, avança no desenvolvimento de sua capacidade de produzir mel de maneira ambiental e economicamente correta. O trabalho é desenvolvido em articulação com a Embrapa Pantanal, a Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul (FEAMS) e a Ecoa.
No texto a seguir, publicado pela Embrapa no último dia 16, é relatado o processo e a última atividade desenvolvida no final de maio.
Vale ressaltar o registro do pesquisador Vanderlei dos Reis:
– “Se esse procedimento for feito de forma racional, contribui para reduzir os incêndios naquela área”, pois quando ocorre porque a extração irracional com o uso de fogo para afugentar as abelhas é alto o risco de incêndios.
– Os agricultores familiares e extrativistas são meleiros e detêm um conhecimento prático muito grande.
Ribeirinhos são capacitados para produção racional de mel
Embrapa Pantanal em 16 de junho de 2016 | Agricultura familiar
Uma nova atividade de capacitação em apicultura de uma comunidade ribeirinha foi realizada no final de maio pela Embrapa Pantanal (Corumbá, MS), Ecoa e Feams (Federação de Apicultura e Meliponicultura do Mato Grosso do Sul). Representantes das três instituições estiveram na Comunidade São Francisco, no rio Paraguai, entre os dias 23 e 26 do mês passado.
Anteriormente, de 29 de fevereiro a 4 de março, alguns membros dessa mesma comunidade já haviam participado de dois cursos promovidos por esses parceiros no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Corumbá e na fazenda Band’Alta, com a colaboração do próprio sindicato rural e do Colégio Salesiano de Santa Teresa. A capacitação em apicultura e meliponicultura foi demandada pelos ribeirinhos em 2015, de acordo com o pesquisador Vanderlei dos Reis, da Embrapa Pantanal.
“Eles começaram a montar os apiários na comunidade da forma como explicamos no curso. Agora, nesses dias de campo, fomos até lá para validar”, explica Vanderlei. Segundo o pesquisador, nessa etapa foi possível acertar os quadros das colmeias, orientar sobre a limpeza do local, a localização de novos apiários e a alimentação das abelhas. “Também fizemos uma captura juntos. A ideia é capturar na natureza e selecionar o plantel, optando por colônias de abelhas africanizadas menos defensivas e mais produtivas”, afirmou o pesquisador.
Ele explica que aquela comunidade é extrativista e captura as colônias na natureza. “Se esse procedimento for feito de forma racional, contribui para reduzir os incêndios naquela área.” Isso ocorre porque a extração irracional é feita com o uso de fogo para afugentar as abelhas. Quando o fogo foge do controle, é alto o risco de incêndios.
Vanderlei disse ainda que os agricultores familiares e extrativistas são meleiros e detêm um conhecimento prático muito grande. “Com a capacitação será possível ter controle da atividade, além de melhorar a qualidade e a produtividade. Há muita abelha nas margens do rio e é preciso orientar sobre a segurança na captura”, comentou.
Participaram da capacitação oito membros da comunidade, organizados pelo líder Daniel de Moraes. Também estiveram presentes o diretor presidente da ONG Ecoa (Ecologia e Ação), André Luiz Siqueira, e o presidente da Feams, Gustavo Bijos.
Vanderlei contou ainda que outros grupos de ribeirinhos estão se organizando para receber capacitação em apicultura por meio dessa parceria. Novo curso, inclusive, já foi oferecido entre os dias 8 e 10 de junho, no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Corumbá, e outros serão promovidos. A atividade se apresenta como um incremento da renda dos agricultores familiares e extrativistas, que podem vender o mel e outros produtos derivados aos turistas que visitam a região.
Ana Maio (Mtb 21.928)
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