O fraturamento hidráulico, conhecido como fracking, é a tecnologia utilizada para a extração do gás do folhelho pirobetuminoso de xisto. Fracking consiste na perfuração profunda do solo para inserir uma tubulação por onde é injetada, sob altíssima pressão, entre 7 a 15 milhões de litros de água, areia e mais de 600 produtos químicos tóxicos e cancerígenos para fraturar a rocha e liberar o gás do xisto (shale gas).
Enquanto o mundo investe em energias de baixo carbono e no desinvestimento em combustíveis fósseis, o Governo Brasileiro insiste em explorar comercialmente o gás do xisto através de operações de fracking.
Veja as sete razões porque a Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil – e 350.org Brasil estão empenhadas em impedir que o fracking chegue ao Brasil:
1 – Contaminação da água potável na superfície e fontes subterrâneas por até 600 substâncias químicas tóxicas e cancerígenas. As três mais comuns são naftaleno, cloreto de benzilo e formaldeído. Além da contaminação, operações de fracking requerem bilhões de litros de água, que poderiam ser utilizados pelas famílias, animais e indústria, contribuindo para agravar o abastecimento nas cidades e no campo.
2 – Esterilização do solo, tornando-o infértil para agricultura, contaminando a produção e inviabilizando a pecuária e o turismo, afetando drasticamente a geração de emprego e renda. Já há estudos que comprovam a fragmentação do ecossistema de floresta, causando doenças em animais selvagens, domésticos e de produção.
3 – Poluição do ar pelo metano, que após o fraturamento chega à superfície pelas milhares de fissuras no solo. O metano ‘fugitivo’ libertado durante as perfurações também chega às torneiras e aos rios, tornando a água inflamável (com risco de explosões) e imprópria para o consumo.
4 – Causa graves e irreversíveis danos à saúde das pessoas que vivem no entorno – num raio de até 80 quilômetros – dos poços onde o fracking acontece. Quanto maior a exposição – seja pela proximidade ou período de tempo – maiores são os danos. Estudos relacionam fracking como origem de problemas respiratórios, cardíacos e neurológicos, ocorrência de diversos tipos de câncer, má formação congênita, esterilidade em mulheres e até o aumento da mortalidade infantil e perinatal, nascidos de baixo peso, parto prematuro e câncer em bebês e crianças.
5 – Terremotos são outro terrível impacto já relacionado ao fracking, e que está trazendo medo às populações que convivem com a tecnologia. De acordo com o Serviço Geológico de Oklahoma, entre 17 e 24 de Junho deste ano, o estado americano registrou 35 terremotos de magnitude 3,0 ou superior, um salto enorme em relação à média de cerca de 12 por semana anotados ao longo do ano passado.
6 – Fracking intensifica as mudanças climáticas, através da liberação de gases que favorecem o agravamento do aquecimento global. Vazamentos de operações de gás de xisto não só emitem gás metano, mas os do efeito estufa também, como os compostos orgânicos voláteis (COV) que contribuem para a poluição atmosférica ou ozono troposférico, e tóxicos tais como benzeno. Com fracking há maior incidência de seca, enchentes e tufões, além de variações radicais do clima.
7 – O Brasil não precisa de fracking, pois possui potencial para gerar energia limpa e renovável como a hídrica, solar, eólica e de biomassa. O governo brasileiro está na contramão da história ao adotar o fraturamento hidráulico como alternativa energética, altamente poluidora e danosa aos ecossistemas, eliminadora da biodiversidade e da qual não há mecanismos para controlar ou evitar os seus impactos ambientais, econômicos e sociais.
Onde há fracking, não há vida!
Fonte: Não Fracking Brasil