Uma matéria da revista liberal inglesa The Economist desta semana, começa com a pergunta: pode o mundo prosperar com 100% de energia renovável? A resposta da revista começa citando o artigo da New York Magazine que deu tanto o que falar por traçar um futuro para lá de sombrio gerado pela mudança do clima. A partir daí, descreve o espectro um amplo de opiniões citando estudos e estudiosos sobre a importância das fontes renováveis na matriz energética do futuro. De cara, dois dados: no ano passado, a capacidade renovável adicionada foi quase a mesma que a de usinas fósseis, sendo que com toda esta expansão das eólicas e fotovoltaicas, estas seguem respondendo por só 5,5% da eletricidade ou 1,6% da energia total consumida no mundo. O artigo cita quem ache que os renováveis não darão conta de mais de 80% da demanda ou que o custo dos fosseis só perdem para os renováveis se vier um imposto sobre as emissões.
Outra matéria da Economist desta semana trata da desigualdade dos impactos da mudança do clima. E termina dizendo que os ricos contribuem desproporcionalmente com as emissões de carbono que alavancam a mudança do clima. É cruel e perverso, portanto, que o custo do aquecimento seja desproporcionalmente arcado pelos pobres. E é um insulto e uma ofensa que os mais ricos tenham maior mobilidade face às agruras provocadas pelo clima e sejam mais eficazes em limitar a mobilidade dos outros. A pressão desta injustiça sobre o tecido social pode levar a males piores que a própria elevação da temperatura.