No dia 27 deste mês, a União Europeia proibiu os neonicotinóides, uma família de pesticida responsável pelo declínio das abelhas no mundo. São vários os estudos que mostram que o uso de neonicotinóides está associado à mortandade das colônias, que pode causar sérios problemas ao ambiente, economia e a sociedade.
De acordo com um estudo recente, publicado na revista Science, feito por um grupo interdisciplinar da Universidade de Neuchâtel e do Jardim Botânico de Neuchâtel, na análise feita em amostras de mel de cinco continentes foram encontrados moléculas de cinco compostos de neonicotinóides, sendo que o valor necessário para causar um efeito negativo sobre as abelhas é de apenas 0.10 ng/g. Os pesticidas afetam o sistema nervoso central das abelhas e, com isso, todo o seu desenvolvimento e funções primordiais para conseguirem desempenhar seu papel na natureza, a polinização.
O pólen e néctar que coletam estão, geralmente, já contaminados e, consequentemente, o seu mel estará. Os efeitos ainda são inofensivos para a saúde humana, segundo os parâmetros autorizados para consumo, determinados por leis no Brasil. Na União Europeia, esses parâmetros já eram bem abaixo (1.8 ng/g). De acordo com uma declaração recente da União Europeia, os três tipos de pesticidas neonicotinóides — imidacloripride, clotianidina e tiametoxam — só serão permitidos em estufas permanentes que não abriguem abelhas. As novas regulamentações devem entrar em vigor até o final deste ano.