O Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou no último dia 12 os dados do desmatamento no Brasil referentes a 2023. Segundo o órgão, o levantamento feito pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER), aponta para um aumento de 43% de perda de vegetação nativa no Cerrado em relação ao ano anterior. São 7.852km² de desmatamento no segundo maior bioma do país.
Os dados apresentados devem ser motivos de alerta para essa área que é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo. É muito salutar que a redução do desmatamento na Amazônia seja de quase 50% em relação a 2022, conforme INPE, mas o Cerrado é o bioma que concentra oito nascentes das 12 bacias hidrográficas brasileiras, sendo considerado a “caixa d’água” do país.
Para modificar os dados do desmatamento, Kátia Penha, coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Tasso Azevedo, Engenheiro florestal e coordenador geral do MapBiomas, em artigo publicado na Folha de São Paulo (13), indicam três ações como fundamentais: ampliar as unidades de conservação e as terras indígenas para que atinjam pelo menos 30% da área total do bioma; não dar subsídios para a agricultura em áreas onde há desmatamento e eliminar a aplicação dos recursos do Plano Safra em áreas desmatadas recentemente —independentemente de o desmate ter sido feito de forma legal ou ilegal. E, por último, criar um mecanismo de pagamento por manutenção da vegetação nativa que serviria como incentivo para conservar e desincentivo para desmatar.
Com informações Agência Gov