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Milhares de turistas, brasileiros e estrangeiros, passaram pelo Pantanal desde 1 de fevereiro. Trouxeram o novo coronavírus?

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Desde que a pandemia COVID-19 se caracterizou como uma grande ameaça para todos, a Ecoa encerrou seus trabalhos no escritório, cancelou viagens, mas mantém contato permanente, por telefone e internet, com centenas de famílias pantaneiras, inclusive as mais isoladas, para informá-las do quadro geral da doença e quais medidas devem tomar localmente e o que demandar das autoridades.

De diferentes regiões do Pantanal chega para a Ecoa a preocupação com o fato de que desde o dia 1 de fevereiro, quando a pesca foi liberada no rio Paraguai, e 1 de março, quando ocorre a liberação geral com o término do período legal de defeso, milhares de turistas do Brasil e do exterior visitaram a região, navegaram seus rios, hospedaram-se nas pousadas e hotéis e tiveram contatos com as pessoas que trabalham no setor, incluindo as famílias de ribeirinhos que os assistem de diversas maneiras e podem ter trazido o novo coronavírus.

A Ecoa recebeu a informação que em determinada região do Pantanal, os pequenos proprietários estavam revoltados com o fato de que pousadas receberam turistas até o dia 20 de março, enquanto eles evitavam o contato com pessoas de fora.

A possibilidade que turistas tenham trazido o vírus para o Pantanal é real e o quadro pode ser agravado pela falta de informação para as famílias e a dificuldade de acesso em muitas regiões.

Grupos de pesca visitaram hotéis e pousadas no Pantanal em plena pandemia da COVID-19 (Foto: Vanessa Spacki)

Outro fato é que as queimadas no Pantanal neste ano começaram mais cedo devido à estiagem e, consequentemente, ao baixo nível dos rios, cobrindo já algumas regiões de fumaça, o que traz problemas pulmonares – somado com a COVID-19, pode ser mortal.

O que a Ecoa entende urgente é que as prefeituras e governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tomem frente da situação, cuidando de enviar informações corretas por todos os meios possíveis e tratem de fazer testes sobre a presença do vírus nas regiões mais visitadas por turistas.

Iasmim Amiden

Jornalista e Coordenadora do Programa Oásis da Ecoa.

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