Morre em Campo Grande Enir Terena, a primeira cacique mulher de MS

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Enir Índia, primeira cacique mulher de MS, falecida no dia 21 de junho, durante sessão na Assembleia Legislativa, em abril deste ano. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)

Enir passou mal nesta segunda-feira e foi internada na Santa Casa, onde morreu às 14h30 do dia 21 de junho.

Enir Índia durante sessão na Assembleia Legislativa, em abril deste ano. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Enir Índia durante sessão na Assembleia Legislativa, em abril deste ano. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)

Campo Grande News, em 21 de junho de 2016.

Morreu nesta terça-feira (21), Enir Bezerra da Silva, a Enir Terena, primeira cacique mulher de Mato Grosso do Sul e fundadora da aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande. Aos 61 anos, ela passou mal nesta segunda-feira (20) e foi internada na Santa Casa da Capital.

De acordo com o filho de Enir, Mauro Sérgio Forasteiro, a cacique estava com a saúde debilitada há um tempo com problemas no pulmão. Ela também usava marca-passo há cinco anos, mas mesmo assim se mantinha a frente da aldeia urbana da Capital, porque foi eleita. Ela morreu por volta das 14h30 de hoje.

Enir foi eleita com 1ª cacique mulher do Estado em 2008, com 134 votos. No ano passado, a cacique foi homenageada pelos Correios com um selo de correspondência com sua fotografia. O velório de Enir deve ocorrer no Memorial da Cultura Indígena, no Tiradentes, mas ainda sem horário confirmado.

Com sobrenome da etnia que sempre representou, Enir Terena nasceu no dia 8 e março de 1955, na Aldeia Limão Verde, no município de Aquidauana. Veio para Campo Grande e aqui se transformou em uma das maiores lideranças indígenas do Estado. Quando foi eleita declarou que sempre “quebrou protocolos” desde que começou a lutar pela aldeia.

Durante muito tempo, trabalhou na “feira das índias”, como é conhecido o espaço que comercializa produtos vindos das aldeias, em frente ao Mercadão Municipal.

Mãe de 7, sempre lutou pela educação de qualidade na 1ª aldeia urbana do Brasil, que ajudou a construir no bairro Tiradentes, retirando famílias indígenas que viviam em favelas espalhadas pela cidade.

É dela o mérito de construção da escola no local e também da instalação de um dos pontos turísticos em referência à cultura dos povos que criaram Mato Grosso do Sul, a Oca onde está instalado o Memorial da Cultura Indígena, na mesma região da aldeia urbana.

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