- Prevenção, Preparação e Combate são os eixos do Plano contra incêndios no Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente;
- Plano integra uma série de ações práticas e reforça como comunicação é tarefa central de prevenção ao fogo;
- A Ecoa teve papel de destaque na elaboração da iniciativa, ao reforçar para Ministério do Meio Ambiente a necessidade de um plano sistematizado para evitar novos incêndios no Pantanal;
- A Ecoa possui um longo histórico de atuação com brigadas, estando diretamente envolvida na formação de 25 brigadas voluntárias no Pantanal e Cerrado, formadas por 175 brigadistas.
Quando se fala em incêndios, a prevenção pode ser compreendida como a estratégia ideal. Isto porque o intuito central é justamente evitar que desastres ocasionados pelas chamas efetivamente aconteçam. E, para se evitar algo, o ato de comunicar a respeito do problema é crucial.
Por meio da comunicação, é possível sensibilizar, informar, mobilizar e promover mudanças de comportamento.
Aqui, cabe reforçar a necessidade de uma comunicação objetiva e acessível, evitando-se o uso de jargões técnicos e científicos que restringem e elitizam o acesso a informações que precisam ser de todos, levando-se em conta que a maioria absoluta dos incêndios florestais são ocasionados por atividades humanas.
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Utilizando um termo que se tornou popular nos últimos anos, furar bolhas é essencial para se comunicar sobre incêndios de forma ampla. É fundamental também adaptar-se às novas possibilidades tecnológicas, onde as redes sociais se consolidam como palco comunicacional, espaços que permite desde estabelecer interações a buscar informações.
Em abril deste ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima se propôs a idealizar e lançar um plano inédito no Brasil para lidar com o problema do fogo no Pantanal. O plano se baseia nos eixos de prevenção, preparação e combate e integra uma série de ações práticas para lidar com incêndios. Entre as propostas inclusas, está a importante ação comunicativa.
O Plano é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Energias Renováveis (IBAMA) por meio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, o Prevfogo.
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Sua concretização envolve a participação de diversos atores, como órgãos de pesquisa, organizações da sociedade civil, escolas, órgãos de fiscalização, assim como as esferas legislativa e executiva.
Para concretizar a missão de comunicar sobre os incêndios, o Ministério do Meio Ambiente lançou uma campanha onde a mensagem central é “Pantanal sem incêndios. Onde tem fogo, tem que ter cuidado”.
Composta por comerciais para TV e para a internet, anúncios e spots de rádio, a campanha reforça a necessidade de prevenção e cautela quando o assunto é fogo. Além disso, informa sobre causas, consequências, uso correto do fogo e legislação vigente.
Um dos pontos fortes da campanha é a presença de várias identidades que caracterizam a diversidade do Pantanal: são personagens reais, como quilombolas, indígenas, brigadistas e produtores rurais que comunicam a mensagem de forma simples e direta. Falam de ações concretas que podem ser realizadas pra proteger o Pantanal que é de todos.
Assim, é possível estimular o sentimento de identificação em quem assiste, que ouve pantaneiros falarem da necessidade de precaução para se lidar com o fogo a partir da sua realidade.
Uma das pantaneiras que aparecem nos materiais da campanha é a brigadista Vilma Marques, indígena Terena da Aldeia Água Branca, em Nioaque (MS). Vilma foi indicada pela Ecoa para participar da campanha e representar a força da mulher indígena que luta para proteger o Pantanal das chamas.
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A brigadista participou da formação promovida pela Ecoa com apoio do WWF-Brasil e do Prevfogo/Ibama, responsável pelo treinamento. Na Aldeia Água Branca, foram formadas duas brigadas com 14 indígenas, entre mulheres e homens.
É importante reforçar que a comunicação é ponte. Quando concretizada de forma adequada, exige o equilíbrio entre o falar e o ouvir, o informar e o aprender. No exemplo cotidiano que temos com as brigadas voluntárias, ouvir o que pantaneiros e pantaneiras tem a dizer permite aprender a lidar mais adequadamente com o fogo, mas também é chance de aprender sobre o importante ato de comunicar.
Estabelecer comunicação, o que por vezes pode ser interpretado como algo banal e cotidiano, trata-se na realidade de um desafio que exige adaptação constante. É ferramenta poderosa que pode (e deve) ser empregada para promover a transformação de realidades e a prevenção de tragédias como os incêndios no Pantanal.
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