//

A importância das comunidades tradicionais no combate às queimadas no Pantanal

3 minutos de leitura

O Brasil enfrenta um enorme desafio no combate às queimadas. Atualmente, há 3.245 brigadistas, 700 fiscais, 1.100 viaturas, 22 aeronaves e 40 embarcações trabalhando para conter o avanço das chamas em várias regiões do país. Em entrevista ao O Globo, Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, ressaltou as dificuldades em aumentar o número de brigadistas. “Muita gente acha que é fácil contratar brigadistas e, na verdade, é super difícil. Eu não posso colocar uma pessoa sem experiência para fazer isso”.

Ele também destacou que a composição dos brigadistas no Brasil é diversificada, com uma significativa participação de comunidades tradicionais: “Hoje 50% dos meus brigadistas são indígenas e 20% quilombolas e isso facilita muito o deslocamento deles por dentro das florestas”, explicou. Essa diversidade, conforme Agostinho, traz vantagens para a eficácia das operações, devido ao conhecimento profundo que essas comunidades têm sobre o território.

A Ecoa e as brigadas comunitárias no Pantanal
Com o apoio do MPT (Ministério Público do Trabalho), a Ecoa fornece equipamentos de proteção individual, acessórios essenciais e maquinários para auxiliar as brigadas comunitárias voluntárias em Mato Grosso do Sul. Trabalhamos diretamente com 23 brigadas e mantemos contato constante com instituições podem financiar a formação e equipagem de novas turmas de Guardiões do Pantanal e do Cerrado. Os treinamentos são realizados em parceria com o Prevfogo/Ibama e outras ONGs, como WWF, Casa (Centro de Apoio Social e Ambiental) e SOS Pantanal.

Foto: Manuela Nicodemos / Arquivo Ecoa

Confira alguns casos recentes onde a brigada comunitária foi essencial para evitar grandes queimadas:

Aldeia Água Branca – brigadistas locais de Nioaque (MS) conseguiram conter um incêndio que atingiu a Aldeia Água Branca, contando com o apoio da brigada indígena da Aldeia Brejão. Alvino Cabroxa, líder da brigada da Aldeia Brejão, destacou que as chamas foram apagadas antes de se espalharem para a mata, graças ao trabalho conjunto e às condições favoráveis do vento.

APA Baía Negra – A Brigada Comunitária da Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, em colaboração com o Corpo de Bombeiros de MS e o Prevfogo/Ibama, atuou rapidamente para conter um foco de fogo que ameaçava se transformar em um grande incêndio, colocando em risco grande parte dos 6 mil hectares da Unidade de Conservação.

Assentamento Rural São Gabriel – A Brigada comunitária voluntária do Assentamento Rural São Gabriel, em Corumbá (MS), atuou diretamente no combate ao fogo na região. Os brigadistas conseguiram identificar e extinguir os primeiros focos que surgiram às margens da rodovia BR-262.

Silvia Helena

Jornalista do Núcleo de Comunicação da Ecoa.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Em novembro de 2023 a Ecoa participou de reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apresentando a necessidade de o Banco tivesse especial atenção para a América do Sul quanto à questão climática. A região precisaria do BID para apoiar projetos voltados para a mitigação de eventos climáticos extremos em diferentes territórios. As cidades “biomas” precisam de apoio especial para medidas básicas como a arborização adequada a esses novos tempos.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, criador da RPPN Água Branca – nova reserva reconhecida oficialmente pelo ICMBio, que garante a proteção definitiva da segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, no município de Pedro Gomes.Seu Nelson foi recebido pela pesquisadora Fernanda Cano, e Alcides Faria, diretor institucional e um dos fundadores da Ecoa, e conversaram sobre as possibilidades que se abrem com a preservação da cachoeira e a criação da RPPN.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, proprietário da