Na pauta, uma conversa sobre o papel fundamental que os biomas brasileiros desempenham como mantenedores da biodiversidade e do clima no mundo, as ameaças diárias enfrentadas pelos defensores da natureza e seus povos tradicionais e o enfraquecimento das nossas políticas ambientais e estruturas de gestão, bem como o papel que a IUCN pode desempenhar como articulador de ações que fortaleçam as instituições-membros da IUCN no Brasil e o trabalho que desempenham. Além da conversa, o Comitê enviou na semana passada para a então candidata, a carta Brazil Matters.
A presidenta acolheu com entusiasmo as propostas apresentadas pelos membros, especialmente a sugestão de promover uma grande campanha de comunicação para divulgar os biomas brasileiros dentro da União. Ao ouvir a proposta de que o Brasil seja o país sede de um dos Congressos Mundiais da IUCN, Razan foi prática e sugeriu que o pontapé seja a promoção de uma das reuniões com os conselheiros da rede.
“O Brasil está no coração do mundo e eu vou trabalhar para que ele esteja no coração da IUCN”, comentou a presidenta logo após dizer que entende o papel que o Brasil desempenha e convidar os membros a trabalharem com ela para fortalecer a União no Brasil e consequentemente, no mundo.
O Brasil conta com 26 instituições-membros da IUCN que fazem parte do Comitê Nacional e se reúnem periodicamente para pensar em estratégias de potencialização de seus resultados por meio da integração entre as instituições. O Comitê vai continuar trabalhando para fortalecer seu espaço institucional, seus membros e a presença da IUCN no Brasil.
As Eleições
Os resultados das eleições foram divulgados ontem, 8 de setembro, no terceiro encontro da Assembleia de Membros, que ocorreu durante o Congresso Mundial de Conservação da Natureza que está acontecendo em Marseilha, na França.
Concorrendo com outros dois candidatos, Razan Al Mubarak ganhou atingindo a maioria dos votos no primeiro turno de votação com 69% dos votos dos governos e 63% das organizações da sociedade civil. Razan, dos Emirados Árabes, é a segunda mulher a assumir a presidência da IUCN em 14 mandatos e 73 anos de instituição. Yolanda Kakabadse, do Equador, esteve à frente da organização de 1996 a 2004.
Mulher e jovem, quando comparada aos seus antecessores, Razan tem um imenso desafio à sua frente especialmente no que se refere ao enfrentamento às crises climática e sanitária nas quais, em ambos os casos, a conservação da natureza desempenha um papel fundamental.