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Diário da crise hídrica – 12 a 16 de julho – Yacyretá (Argentina), crise de geração elétrica, Jorge Daneri e mais

16 minutos de leitura
Jorge Daneri, advogado ambientalista argentino, propõe um Comitê de Bacia para toda a bacia do rio Paraná na Argentina agora e no futuro, quando mudar a situação política no Brasil, ampliá-lo, incluindo Paraguai e Bolivia, como um instrumento para enfrentar problemas como a atual crise hídrica. Foto: arquivo Jorge Daneri.

16 jul. 2021

Crise se agrava na Argentina

“Seca histórica no [rio] Paraná: Yacyretá em 50%, problemas em termelétricas e contingência em Atucha por captação de água de usinas nucleares.”

Essa é a manchete do site Econojournal. Yacyretá é uma represa no rio Paraná, entre Paraguai e Argentina, após Itaipu, compartida entre Paraguai e Brasil, e Atucha é a central nuclear do País. No começo de julho a usina de Itaipu desativou 8 de suas 20 turbinas.

O problema é muito grave na Argentina, com problemas em várias devidos aos níveis muito baixos do rio Paraná. É provável que a situação se agrave nos próximos meses, pois represas do rio em território brasileiro estão com níveis muito baixos e duas delas, no leito do rio Paraná estãop retendo água por determinação governamental. Vale lembrar que estamos no período de poucas chuvas, que vai até setembro/outubro.

Ecojournal:“La bajante histórica del río Paraná, provocada por la peor sequía en casi un siglo en Brasil, disparó la alerta a distintas plantas de generación de energía en el país. Yacyretá opera al 50% de su capacidad y por la baja del río existen problemas operativos en centrales térmicas como Vuelta de Obligado, San Martín y San Nicolás. Contratan una draga para garantizar la toma de agua de Atucha I y II. Los próximos 20 días son claves. Hay casi 3000 MW en riesgo.” Leia o texto completo no Econojournal.

 

16 jul. 2021

A crise elétrica e a má gestão de recursos do governo federal

(Climainfo)

Uma má gestão dos recursos hídricos e a prioridade dada aos reservatórios das usinas hidrelétricas pode ter agravado a situação da falta de chuvas no Sudeste no final do ano passado.

A ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, conversou com O Eco dizendo que faltou visão no ano passado quando se fez uma aposta de que choveria mais no final do ano e, assim, não houve preocupação em poupar água nos reservatórios. Mesmo tendo ligado as termelétricas, “não adianta culpar o Santo. A responsabilidade da crise reside no plano da Terra, mais especificamente em Brasília, na Esplanada dos Ministérios.”

A crítica de Izabella se junta à de Elena Landau, feita em artigo no Estadão, no qual reclama da falta de transparência por parte do governo e, em especial, do ministro Bento de Albuquerque. A MP do Racionamento deu poderes especiais ao ministro para gerenciar a crise e Izabella e Elena lembram dos usos múltiplos da água. Landau lista as “exigências de navegação, ambientais (por exemplo, evitar mortandade de peixes), abastecimento de cidades, irrigação e até atividades esportiva e turística”, e diz que, agora, “alguém tem de administrar a escassez.”

Gustavo Veronesi, Cesar Pegoraro e Marcelo Naufal, da Fundação SOS Mata Atlântica, afirmaram no Ecoa que “a gestão integrada da água e da floresta é estratégica para o país. Sem floresta não há água. Combater o desmatamento na Amazônia e restaurar a Mata Atlântica – florestas que mantêm o equilíbrio do ciclo hidrológico, é o caminho que o Brasil deve trilhar para minimizar os impactos do clima sobre os recursos hídricos”.

Na contramão da imperiosa necessidade de enfrentar a mudança do clima, o pessoal do gás é um dos beneficiados pela crise hídrica. Uma matéria do Estadão comenta a expansão das térmicas a gás no litoral do Sudeste, próximo das plataformas das bacias de Campos e do pré-sal. Há novos projetos em Macaé e no Açu, no Rio, e uma expansão em Cubatão. Essa é mais uma espiral da morte: ter mais térmicas fósseis implica mais aquecimento global, o que agudiza as crises hídricas, aumentando a pressão por mais térmicas fósseis.

Uma crise dessas desarticula o funcionamento do sistema elétrico em vários pontos. Uma matéria do Valor fala das comercializadoras e seu papel no funcionamento do mercado livre, onde há contratos diretos entre geradores e empresas consumidoras. Várias comercializadoras estão sem

 

14 jul. 2021

Hidrovia Paraná Paraguai – aprofundar mais leito do rio Paraná é proibido na Argentina

O governo da Argentina proibiu a dragagem do rio Paraná. Isso se deu devido à solicitação feita pela Associação Argentina de Advogados a Advogadas Ambientalistas a várias carteiras da Nação Argentina sobre uma dragagem mais profunda não permitida no canal do rio Paraná em plena crise hídrica.
A prática da dragagem foi proibida e se realizam investigações para penalizar a concessionária.

Leia mais aqui, aqui e abaixo.

 

14 jul. 2021

Crise hídrica na bacia do rio Paraná e a crise de geração elétrica: crise climática como base teve alerta (limitado) dentro do governo.

O Ministério de Minas e Energia alertou órgãos do setor elétrico, em 12 de março, sobre uma possível redução na capacidade de geração de energia elétrica das usinas hidrelétricas que fazem parte da Eletrobrás (Furnas, Itaipu e outras). É o que conta o jornalista Leonardo Sakamoto em matéria para o UOL.

De acordo com o alerta, em documento ao qual Sakamoto teve acesso, “enquanto no subsistema Sul, a Energia Natural Afluente (ENA), ou seja, a quantidade de água disponível para a geração de energia, conta com uma tendência de crescimento na energia produzida, no Nordeste houve uma tendência de aumento até a década de 1960, seguida de uma diminuição acentuada provocada pelas mudanças climáticas”.

Quanto ao “sistema Sudeste/Centro-Oeste, há uma pequena tendência de aumento de água à disposição para a geração de energia até a década de 1980 seguida de uma lenta diminuição por conta das mudanças climáticas”. O Sistema Sudeste/Centro-Oeste tem como ‘centro’ a bacia hidrográfica do rio Paraná, onde estão 57 grandes represas geradoras de mais da metade da energia elétrica do País. Na bacia do Paraná estão Itaipu, Ilha Solteira, Jupiá, Porto Primavera e Furnas. Segundo Sakamoto a análise dos dados presentes no documento aponta que a tendência de queda também deve persistir nas próximas décadas devido à aceleração da alteração do clima.

A análise encontrada por Sakamoto no documento coincide com as outras pesquisas publicadas em 2020 e 2021 sobre o clima na América do Sul como a que analisa os últimos 600 anos das alterações climáticas a partir dos anéis das árvores. 

Leia sobre dados sobre o clima encontrado em anéis das árvores aqui, em estudo escrito por Alcides Faria, biólogo e diretor executivo da Ecoa.

 

14 jul. 2021

O centro da crise hídrica no Brasil  – a bacia do rio Paraná.

– região hidrográfica do rio Paraná no Brasil tem uma área de 879,86 mil Km² ou quase 88 milhões de hectares – 10,3% do território brasileiro

–  Mais de 60 milhões de brasileiros vivem nela.

– É o centro da economia brasileira.

– Fazem parte da bacia os estados de São Paulo (25% da região); Paraná (21%); Mato Grosso do Sul (20%); Minas Gerais (18%); Goiás (14%); Santa Catarina (1,5%) e o Distrito Federal (0,5%).

Represas hidrelétricas na bacia do rio Paraná. Fonte: Agência Nacional de Águas.

 

13 jul. 2021

Organizaciones ambientales frenan el sobredragado del Paraná

Hidrovia Paraná-Paraguai

A raíz de la denuncia pública de organizaciones ambientales a las tareas de sobredragado en el río Paraná que desde mayo de este año viene realizando la empresa belga Jan De Nul, se ha emitido una orden que frena esta actividad. Un primer avance hacia la urgente ecologización integral que necesita imprimir el gobierno nacional a la agenda de la denominada Hidrovía Paraná Paraguay, para avanzar hacia una visión y gestión con visión de cuenca.
Accedé al comunicado de la Asociación Argentina de Abogados/as Ambientalistas aqui.

 

13 jul 2021

Bajante del río Paraná

Jorge Daneri, advogado ambientalista argentino, propõe um Comitê de Bacia para toda a bacia do rio Paraná na Argentina agora e no futuro, quando mudar a situação política no Brasil, ampliá-lo, incluindo Paraguai e Bolivia, como um instrumento para enfrentar problemas como a atual crise hídrica. Foto: arquivo Jorge Daneri.

Parte de uma entrevista de Daneri para Analisis Digital.

Consultado respecto de la crisis hídrica, Daneri advirtió que “los movimientos ecologistas lo vienen anunciando hace décadas y esto se sabía que iba a pasar pero mirando propositivamente están pasando cosas interesantes en el Ministerio de Ambiente de la Nación, se están poniendo en crisis temas que hace bastante se debían poner en crisis y desde varios ámbitos, pero particularmente desde la Asociación Argentina de Abogados Ambientalistas, se está planteando la necesidad de constituir urgentemente un Comité de Cuenca en Argentina”. No obstante, opinó que “hasta que (el presidente de Brasil, Jair) Bolsonaro no se vaya del poder va a ser imposible; se puede ahora conversar con Bolivia y quizás enganchar a Paraguay en términos regionales pero hay que hacer un replanteo” y resaltó que “hay planteos ya formulados, como las estrategias de sustentabilidad del sistema de humedales de los ríos Paraguay-Paraná presentada hace 12 años por la Alianza Sistema de Humedales de los ríos”.

Explicó al respecto que “es una propuesta propositiva que aprobaron los gobiernos hace 10 o 12 años como documento base para construir la estrategia regional de sustentabilidad del sistema de humedales, y finalmente por los diversos cambios de gobierno con el macrismo en Argentina y el bolsonarismo en Brasil todo quedó encajonado”.

“Ahora parece que con semejante crisis y el río gritando se pueda cambiar la tendencia, en cuanto a la Hidrovía Paraná-Paraguay se está viendo que empieza a darse un cambio muy interesante, así que apostamos y acompañamos ese debate y ojalá esto se vaya abriendo más y discutiendo no solo la soberanía del río, sino también la soberanía alimentaria y energética que están muy heridas”, reflexionó.
Por último, lamentó que “Brasil frenó dos represas, de las cuatro que hay en el cauce principal del río Paraná, y está levantando los niveles de dos represas lo cual es absurdo pero lo hace en función de su propia estrategia de generación hidroeléctrica, en la mayor crisis de la cuenca, y eso imposibilita que llegue agua a la represa de Itaipú, que es la última, y por ende también a la República Argentina.”.

 

12 jul. 2021

“A grave crise energética que ameaça o país e já provocou o reajuste das bandeiras tarifárias, pode ser mais um duro golpe para as micro e pequenas empresas que ainda sequer conseguiram recuperar o nível de faturamento pré-pandemia. Uma pesquisa feita pelo Sebrae, em 2019, já mostrava que a conta de energia representava mais de 15% dos custos operacionais dos pequenos negócios. No ano passado, um novo levantamento revelou que essas despesas eram o principal custo para quase 28% dos empreendedores.” (Sebrae)

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