Texto originalmente publicado em: 19/11/07
A cidade de Nioaque (MS) foi escolhida para receber comunidades que vivem da produção nos campos dos cerrados do Centro-Oeste. De 21 a 23 de novembro, o II Encontro Regional da Rede Cerrado e o Seminário Regional Centro-Oeste sobre o Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário trazem para os visitantes discussões sobre políticas públicas e diversas novidades como uma feira de produtos sustentáveis do Cerrado. Artesanatos, confecções e produtos alimentícios, com as peculiaridades de região deste bioma serão divulgados no município paralelamente às discussões sobre comércio justo e solidário.
Na programação ainda acontece desfile de moda e discussões sobre reforma agrária, mudanças climáticas e políticas públicas para a agricultura familiar, conservação e uso sustentável do Cerrado. Participam dos encontros representantes de governo, organizações não-governamentas, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, artesãos e técnicos vindos de Tocantins, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Distrito Federal e municípios de Mato Grosso do Sul. A feira acontece na Praça da Igreja e as discussões no salão paroquial.
Economia Solidária
O Seminário Regional Centro-Oeste do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário integra o projeto da Faces do Brasil, que está divulgando esta política. A economia solidária é uma forma de trabalhar com a organização de empreendimentos ecologicamente corretos com autogestão e ética. O lucro não é a única finalidade, um dos principais objetivos é melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Em Nioaque, os participantes terão a oportunidade de conhecer a proposta do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário que, na prática, implementa normas para produtos gerados da economia solidária, que garantam a qualidade com a certificação, inclusive com selos de qualidade.
A Rede Cerrado
Organização com mais de 300 entidades de trabalhadores rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores e Ongs. O II Encontro Regional da Rede Cerrado pretende discutir políticas públicas, ações contra o aquecimento global e divulgar projetos de uso sustentável e de base comunitária.
Em Nioaque, o Ceppec, membro da Rede Cerrado, faz comércio utilizando princípios da economia solidária, gerando alternativas de renda para famílias do assentamento Andalucia. A tecelagem e a comercialização de produtos com a castanha do cumbaru, ou castanha do Cerrado e de outros frutos nativos continua em crescimento. Diversos produtores locais estão lucrando com a venda de fruto que antes apenas servia de alimento ao gado.
(Foto de capa via: Prefeitura de Nioaque)