Texto originalmente publicado em: 03/06/09
A revista Época divulgou, na edição de 1º de junho de 2009, um estudo inédito que mostra a verdadeira proporção da degradação da planície pantaneira e de toda a Bacia do Alto Paraguai. A conclusão do estudo, realizado pelas ONGs Ecoa; SOS Pantanal; Avina; Conservação Internacional e WWF-Brasil, é que embora a planície pantaneira esteja bem preservada, com 85% de sua vegetação intacta, a região das terras altas já tem 58% das matas comprometidas. Nesses planaltos estão as cabeceiras dos rios responsáveis pelo ciclo hidrológico do Pantanal, fundamental para manter a diversidade de plantas e bichos e principalmente o equilíbrio de toda a região. O estudo ainda aponta o cultivo de cana-de-açúcar na época de seca na planície como a principal causa para o crescimento do desmatamento e da degradação.
A exploração da terceira maior jazida de minério de ferro do País, localizada na Morraria do Urucum, em Corumbá – MS, também tem deixado marcas profundas na região. A principal conseqüência é a redução na quantidade de água nos rios da região. A queima de vegetação nativa para a fabricação de carvão é a segunda ameaça ao pantanal, segundo o estudo. “Precisamos descobrir como evitar que o Pantanal seja destruído para um fim tão pouco promissor como a queima de carvão. Estamos literalmente queimando biodiversidade, sendo que já existem opções de combustíveis mais sustentáveis para fabricar ferro-gusa”, diz Alcides Faria, diretor da Ecoa, à reportagem.
O estudo elaborou um ranking dos municípios (não divulgado pela Revista Época), que fazem parte da planície pantaneira, que mais degradaram o ambiente.
Em Mato Grosso do Sul, são eles:
1º Sonora – 65% de sua área já sofrem com as ações do homem
2º Coxim – 60%
3º Bodoquena – 53%
4º Rio Verde de MT – 50%
5º Miranda – 42%
Seguem Porto Murtinho, com 35% de seu ambiente natural alterado; Ladário, com 33%; Aquidauana com 26% e; Corumbá com apenas 6%.