Genética cria espécies de cana-de-açúcar mais produtivas e resistentes

3 minutos de leitura

Texto originalmente publicado em: 18/01/10

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, com 710 milhões de toneladas colhidas na safra 2009/2010, em área plantada de 8,89 milhões de hectares. Diante do potencial sucroalcooleiro do País, especialistas estudam novos genes para aprimorar a produtividade da planta, obter mais sacarose, menor vulnerabilidade à seca e maior resistência a pragas. Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eduardo Romano, o Brasil já conta com resultados preliminares de pesquisas e a tendência é que, nos próximos cinco anos, já possa comercializar variedades transgênicas de cana-de-açúcar.

Romano cita algumas pesquisas, em fase avançada no País, desenvolvidas em parceria com entidades privadas e universidades federais. Um dos estudos aponta genes que tornam as fibras da planta capazes de gerar produtos como bioplásticos (plásticos biodegradáveis, sem petróleo na sua composição e que levam apenas algumas semanas para se degradar), além de novas técnicas para melhor aproveitamento das folhas e bagaço da cana para produção de biocombustível e energia.

Governo 

A Embrapa investe em projetos de desenvolvimento de cana-de-açúcar transgênica há três anos. Algumas das características genéticas que serão incorporadas à planta, por meio desses projetos, visam principalmente, atender às demandas do cultivo de cana-de-açúcar na região Nordeste. “As variedades em desenvolvimento serão mais tolerantes à seca e mais resistentes à broca gigante (principal praga na região), o que garantirá maior produtividade”, explica Romano. O investimento nesse e em outros estudos chega a R$ 10 milhões ao ano.

Pesquisa

Há 18 anos, a Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), integrada por sete universidades federais brasileiras, atua no desenvolvimento de novas variedades genéticas da cana-de-açúcar. No total, são 142 pesquisadores, 83 técnicos e 21 estações experimentais, que buscam novas variedades mais eficientes. O trabalho é realizado de acordo com as especificidades e condições climáticas de cada região. Mais de 50% das espécies encontradas no mercado brasileiro são provenientes de pesquisas da Ridesa.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são entregues às brigadas comunitárias do Trevo Carandazal e Bandeira, em Miranda (MS). A entrega dos EPIs marca a concretização de todo um processo conduzido pela especialista da Ecoa, Fernanda Cano, responsável pela mobilização comunitária, levantamento de brigadistas ativos/as, aquisição e organização logística dos equipamentos, além da articulação local para viabilizar a formação. A iniciativa integra o projeto Fortalecendo Brigadas Comunitárias Voluntárias e Ações de Manejo Integrado do Fogo, apoiado pelo Fundo Casa Socioambiental em parceria com o Juntos pelo Pantanal, projeto do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), com apoio do GEF Terrestre, por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). A Prefeitura de Miranda também colabora com a ação, que conta com a parceria técnica do Prevfogo/Ibama.

VEJA MAIS: Brigada é criada em área estratégica para prevenção de incêndios em Miranda (MS)