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Governo estuda uso de energia solar em chuveiros de casas do programa habitacional

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Texto originalmente publicado em: 10/03/09

O governo está estudando a possibilidade de substituir a energia elétrica pela solar para aquecimento da água dos chuveiros das casas que fazem do novo programa habitacional. Ainda em fase de elaboração, o programa prevê a construção de 1 milhão de casas populares até 2010 e será destinado a pessoas de baixa renda.

Calcula-se que a substituição dos chuveiros elétricos nas moradias populares poderá reduzir o custo da conta de luz em até R$ 300 por ano em uma residência de Minas Gerais, por exemplo.

O governo ainda não sabe quantas casas poderão contar com o sistema, mas calcula que o acréscimo no preço final das moradias, que vão custar cerca de R$ 15 mil, ficará entre R$ 800 a R$ 1 mil.

Um grupo de técnicos e especialistas do governo vai se reunir nesta terça-feira (10) para definir as diretrizes para a implantação do sistema de aquecimento solar nas moradias populares. Vão participar do encontro representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério de Minas e Energia, da Casa Civil, do Ministério das Cidades, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Eletrobrás, da Caixa Econômica Federal, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e de universidades federais.

Na reunião, será discutida a forma de financiamento para a instalação do sistema – se o valor será subsidiado ou diluído na prestação das casas. Além disso, os técnicos devem avaliar quais os melhores materiais a serem utilizados e se a indústria nacional está preparada para atender ao aumento da demanda.

De acordo com a coordenadora da área de energia e meio ambiente da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Vânia de Araújo Soares, o número de moradias que terão aquecimento solar vai depender de uma avaliação da distribuição regional das construções. “No Nordeste, por exemplo, as pessoas não usam chuveiro elétrico, elas tomam banho frio. Então, essa regionalização é que vai definir o número de casas que contarão com o aquecimento solar”, explicou.

A coordenadora enfatizou, ainda, que o acréscimo no custo final das casas também vai depender da escala em que o sistema for adotado. Segundo Vânia, o sistema de aquecimento solar é importante ambientalmente, pois, ao diminuir a sobrecarga no sistema elétrico, adia a necessidade da construção de novas usinas hidrelétricas ou termelétricas. “O sistema reduz a demanda de energia no horário de pico, que é quando os chuveiros elétricos são mais utilizados”, disse.

MS

Em novembro de 2008 o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho vetou o projeto de lei complementar n° 181/07 que tornaria obrigatória a instalação do equipamento solar nas residências de até 180 metros quadrados. Nas construções com tamanho entre 100 e 180 m2 previa a obrigatoriedade de implantação das tubulações (preparativos) para água quente.

O projeto alteraria o Código de Obras do Município, acrescentando ao capítulo XIII, da lei n° 1.866/79, a seção “G”, “aquecedor solar”, o artigo 147-A. Foi proposto pelo vereador Marcelo Bluma (PV) e aprovado pela Câmara Municipal de Campo Grande em 15 de junho deste ano. Para que entrasse em vigor precisava ser sancionada pelo Prefeito.

O texto aprovado na Câmara Municipal foi resultado do Seminário Cidade Solares, realizado em setembro de 2007, produzido em conjunto com as ONGs Ecoa, Vitae Civilis e o projeto Cidade Solares.

Além da obrigatoriedade de implantação do sistema de energia solar para o aquecimento de água o projeto também visava o trabalho de sensibilização, feito pela prefeitura, sobre os benefícios do aquecimento solar.

(Foto de capa de Zbynek Burival via Unsplash)

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