//

Milhares de turistas, brasileiros e estrangeiros, passaram pelo Pantanal desde 1 de fevereiro. Trouxeram o novo coronavírus?

3 minutos de leitura

Desde que a pandemia COVID-19 se caracterizou como uma grande ameaça para todos, a Ecoa encerrou seus trabalhos no escritório, cancelou viagens, mas mantém contato permanente, por telefone e internet, com centenas de famílias pantaneiras, inclusive as mais isoladas, para informá-las do quadro geral da doença e quais medidas devem tomar localmente e o que demandar das autoridades.

De diferentes regiões do Pantanal chega para a Ecoa a preocupação com o fato de que desde o dia 1 de fevereiro, quando a pesca foi liberada no rio Paraguai, e 1 de março, quando ocorre a liberação geral com o término do período legal de defeso, milhares de turistas do Brasil e do exterior visitaram a região, navegaram seus rios, hospedaram-se nas pousadas e hotéis e tiveram contatos com as pessoas que trabalham no setor, incluindo as famílias de ribeirinhos que os assistem de diversas maneiras e podem ter trazido o novo coronavírus.

A Ecoa recebeu a informação que em determinada região do Pantanal, os pequenos proprietários estavam revoltados com o fato de que pousadas receberam turistas até o dia 20 de março, enquanto eles evitavam o contato com pessoas de fora.

A possibilidade que turistas tenham trazido o vírus para o Pantanal é real e o quadro pode ser agravado pela falta de informação para as famílias e a dificuldade de acesso em muitas regiões.

Grupos de pesca visitaram hotéis e pousadas no Pantanal em plena pandemia da COVID-19 (Foto: Vanessa Spacki)

Outro fato é que as queimadas no Pantanal neste ano começaram mais cedo devido à estiagem e, consequentemente, ao baixo nível dos rios, cobrindo já algumas regiões de fumaça, o que traz problemas pulmonares – somado com a COVID-19, pode ser mortal.

O que a Ecoa entende urgente é que as prefeituras e governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tomem frente da situação, cuidando de enviar informações corretas por todos os meios possíveis e tratem de fazer testes sobre a presença do vírus nas regiões mais visitadas por turistas.

Iasmim Amiden

Jornalista e Coordenadora do Programa Oásis da Ecoa.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Em novembro de 2023 a Ecoa participou de reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apresentando a necessidade de o Banco tivesse especial atenção para a América do Sul quanto à questão climática. A região precisaria do BID para apoiar projetos voltados para a mitigação de eventos climáticos extremos em diferentes territórios. As cidades “biomas” precisam de apoio especial para medidas básicas como a arborização adequada a esses novos tempos.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, criador da RPPN Água Branca – nova reserva reconhecida oficialmente pelo ICMBio, que garante a proteção definitiva da segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, no município de Pedro Gomes.Seu Nelson foi recebido pela pesquisadora Fernanda Cano, e Alcides Faria, diretor institucional e um dos fundadores da Ecoa, e conversaram sobre as possibilidades que se abrem com a preservação da cachoeira e a criação da RPPN.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, proprietário da