O deputado Wilson Santos (PSD), responsável pela criação da lei que proíbe represas no rio Cuiabá, promoveu em janeiro deste ano uma expedição para analisar a realidade do rio Cuiabá e apresentar o plano de recuperação do rio.
A atividade contou com pesquisadores e militares da Marinha do Brasil, que além de observar as águas e margens do principal curso de água que leva o nome da capital do Mato Grosso, realizou dez reuniões com autoridades locais, ribeirinhos, pescadores e população em geral em oito municípios.
“O resultado é que vai nascer um grupo de trabalho com intenção de unir poderes, instituições, organizações do terceiro setor. Cada entidade terá uma tarefa a ser feita para ajudar a salvar o rio Cuiabá”, afirma Santos, requerente da expedição que foi aprovada pelo plenário da Assembleia Legislativa.
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Nilma Silva, empresária e presidente da associação do segmento de pesca do Mato Grosso, participou da coordenação e logística da expedição. Segundo ela, a atividade gerou uma série de conclusões sobre a situação atual do rio.
“Nossa análise conclui que, da nascente até a cidade de Cuiabá, se trata de um rio, após Cuiabá, é outro rio. Porque 90% da mata ciliar está preservada na parte superior ao rio Cuiabá. E, ao adentrar na cidade, questões antrópicas como esgoto, assoreamento, as dragas que destroem o rio Cuiabá estão em uma forma enfática na entranha do rio”.
A questão das represas no rio Cuiabá também foi pauta das reuniões realizadas ao longo do percurso no rio. “Entre os pontos analisados, é unânime a opinião sobre a não construção de usinas no rio Cuiabá. São opiniões de prefeitos, de colônias, de pescadores e também de cientistas”.
Neste primeiro diagnóstico, destacou-se também o número que excessivo de tablados, com cerca de 1300 num trecho de 670 km. No perímetro urbano de Cuiabá e Várzea Grande, foi observado despejo de esgoto no rio, assim como descarte de resíduos sólidos.
As sugestões elaboradas a partir da expedição para solucionar problemas do rio e da população que depende diretamente dele incluem a retirada de areia que fica represada no Manso, instalação de radares meteorológicos, criação de rede pluviométrica automatizada, investimento em agricultura familiar e mudança no período de defeso – que hoje vai do começo de outubro até o fim de janeiro para o início de novembro com término no final de fevereiro.