Diante de tantos desafios, até quando a vida no ritmo das águas permanecerá viável? É partindo desse questionamento que um grupo de pesquisadores introduz a realidade atual do Pantanal em um dos capítulos que compõe o livro River Culture, organizado pela Unesco. O artigo apresenta uma série de problemas enfrentados na região e apresenta soluções para lidar com tais fatores, considerados uma ameaça para o pulso de inundação, a população local, a fauna e a flora pantaneira.
O capítulo foi escrito por onze autores com longa atuação no Pantanal. Entre eles, está Rafael Chiaravalloti, biólogo e PhD em Antropologia, Ambiente e Desenvolvimento, que atuou como pesquisador e diretor científico da Ecoa e atualmente é professor na Universidade Colégio de Londres. André Nunes, doutor em Ecologia e Conservação e coordenador de projeto na Ecoa, também é co-autor do artigo.
A dinâmica das águas que caracteriza o Pantanal e define a vida, cultura e economia na região é enfatizada pelos autores, que reforçam que “seres humanos, assim como a fauna e a flora, desenvolveram características adaptativas notáveis para lidar com essas condições extremas”. O artigo também descreve como, nas últimas décadas, uma série de atividades desenvolvidas na região passaram a ameaçar a existência do Pantanal.
Entre as ameaças apresentadas, estão o número crescente de barragens na bacia do Alto Paraguai, que impedem a migração de peixes e afetam em especial o sustento de pescadores; o avanço da agricultura, que provoca o uso extensivo de pesticidas e a erosão dos solos; o projeto da Hidrovia Paraná Paraguai, que pretende transformar o rio Paraguai em rota para grandes embarcações e exige profundas alterações no curso do rio; e as Mudanças Climáticas, que ocasionam cada vez mais eventos extremos como a seca que afeta atualmente o Pantanal e os consequentes incêndios.
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