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Pantanal e Cerrado: Mais 56 brigadistas formados para prevenir e combater incêndios

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Foto: Manuela Nicodemos

Ao longo do mês de novembro, 56 pessoas de comunidades ribeirinhas, populações indígenas e propriedades rurais no Pantanal e Cerrado, foram capacitadas para atuarem na prevenção e combate aos incêndios. As brigadas foram compostas em trabalho conjunto pela Ecoa em parceria com o WWF-Brasil e Prevfogo/Ibama, responsável pelo treinamento.  Além disso, também tivemos apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que cedeu a Base de Estudos do Pantanal para atividades da formação.

Centenas de equipamentos de proteção individual, ferramentas e máquinas para o combate aos incêndios foram distribuídos aos oito esquadrões.

Leia também: Heróis do Pantanal contra o fogo: o trabalho das brigadas voluntárias

Treinamento Passo do Lontra (Foto: Manuela Nicodemos)

As novas brigadas foram compostas em quatro regiões do estado do Mato Grosso do Sul: na Aldeia Água Branca, em Nioaque (MS); Aldeia Mãe Terra e Vila São Miguel, em Miranda (MS); nas proximidades da Base de Estudos do Pantanal da UFMS; na região do Passo do Lontra; na Fazenda Xaraés, também em Passo do Lontra (Corumbá); e nas comunidades de Rio Negro e Cedrinho, em Taquari, Corumbá (MS).

A formação de brigadas voluntárias compõe a estratégia institucional da organização na defesa dos ecossistemas presentes no Cerrado e Pantanal, frente aos danos causados pelos incêndios florestais nas respectivas regiões. O objetivo central é minimizar os riscos e consequências ao meio ambiente em decorrências de queimadas.

A preparação técnica orientada pelas equipes Prevfogo/Ibama inclui mecanismos e medidas para lidar com situações que podem provocar queimadas descontroladas. Ainda na parte teórica do treinamento, são abordados elementos teóricos sobre educação ambiental, preservação e conservação dos biomas do Cerrado e Pantanal.

Leia também: Para além do combate ao fogo – educação e prevenção promovida por brigadas

Seu Alexandre, chefe do esquadrão Cedrinho, da brigada Taquari (Foto: Manuela Nicodemos)

Rastros das queimadas

Não é preciso muito esforço para perceber os efeitos das queimadas nas regiões do Pantanal por onde passamos. Ocorridos sobretudo nos períodos de seca, os incêndios destruíram grandes áreas florestais, atingindo a biodiversidade, as moradias, os trabalhos e a saúde das famílias da região.

Percorrendo as estradas pantaneiras, ainda é possível ver as marcas dos incêndios que afetaram o Pantanal sobretudo nos anos de 2020 e 2021.

Comparado a anos anteriores, os focos dos incêndios diminuíram em 2022 em decorrência de chuvas atípicas principalmente no mês de agosto. Ainda assim, também é possível atribuir esta mudança ao trabalho preventivo de conservação e alerta que as brigadas comunitárias voluntárias exercem no Cerrado e Pantanal.

Vale sublinhar que o Prevfogo/IBAMA é responsável pela política de prevenção e combate aos incêndios florestais em todo o território nacional. É responsabilidade do órgão a realização de atividades como campanhas educativas, treinamento e capacitação de produtores rurais e brigadistas, monitoramento e pesquisa.

Leia também: Fontes de renda afetadas no Pantanal são marcas permanentes dos incêndios

Rastros dos incêndios (Foto: Manuela Nicodemos)

Esperança por meio da conservação do território

A esperança de que não seja necessária a ação das brigadas comunitárias voluntárias em situações extremas de incêndios, passa pela expectativa de não ocorrências de focos de incêndios.

No entanto, é importante enfatizar que a prevenção é a medida mais efetiva para evitar as tragédias de grandes proporções causada pelo fogo, principalmente levando em conta situações de alta vulnerabilidade que os povos indígenas e populações ribeirinhas vivenciam.

Por meio da conservação das áreas florestais, também é possível estabelecer uma relação saudável e perdurável das pessoas com o meio ambiente.

Dona Maria, brigadista da Aldeia Mãe Terra (Foto: Manuela Nicodemos)

Manuela Nicodemos

Comunicóloga e Socióloga da Ecoa

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