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Para fazer pastagem, fazendeiro quer destruir 10 mil hectares do Pantanal

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Foto: Google imagens/Caio Shiomi

A destruição de área no Pantanal para criação de gado entra em discussão nesta quarta-feira (15). Os proprietários da Riuma Agropecuária LTDA, donos da Fazenda Santa Maria, localizada nas margens do Rio Paraguai, em Corumbá, solicitaram ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) uma licença ambiental para substituir 10 mil hectares de mata nativa em pastagem para o gado.

Nesta quarta, dia 15 de março, às 19h,acontece uma audiência pública para debater a questão. Os interessados em participar podem se inscrever aqui.

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O Imasul irá transmitir de forma on-line e ao vivo pelo canal do instituto, no Youtube. Quem estiver em Corumbá poderá participar presencialmente, no Auditório da Associação Comercial da cidade (Rua Delamare, 1088 – Centro). Na oportunidade, será apresentado o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) com os impactos, as medidas mitigadoras e compensatórias e os programas ambientais propostos.

Reprodução do convite para a audiência pública realizada pelo Imasul que irá definir se autoriza a retirada da mata nativa. (Foto: Reprodução)

A destruição de dez mil hectares no Pantanal

A área de vegetação nativa que o Pantanal pode perder se o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) aprovar o projeto equivale a mais de 24 mil estádios de futebol. Situada na região de Corumbá (MS), a Fazenda Santa Maria quer destruir toda essa área natural para cultivar pastagens exóticas que alimentariam gado que pastam na propriedade.

Na região, a vegetação nativa desempenha um papel importante na conservação de espécies. Lá, ocorrem mais de 100 espécies de aves, sendo duas delas ameaçadas segundo a lista vermelha da IUCN, como a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus). De mamíferos, são 23 espécies presentes na área da propriedade rural, sendo que quatro delas também estão ameaçadas de extinção, como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga trydetoclita).

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Entre área diretamente afetada e diretamente/indiretamente influenciada pelo desmate, foram registradas 39 espécies de árvores na fazenda, sendo que a maior parte delas tem potencial uso ecológico, ou seja, pode ser utilizada como alimento ou abrigo pela fauna silvestre da região.

Todas essas informações de fauna e flora estão no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do projeto de supressão, que será apresentado nesta quarta-feira (15), em audiência pública convocada pelo Imasul. Mas os números de fauna apresentados no documento, especificamente, podem ser bem maiores porque o levantamento feito neste grupo durou apenas entre quatro e seis dias. 

Como justificativa para a supressão e a implantação de pasto exótico na fazenda, os fazendeiros citam o aumento de produtividade para eles; plena ocupação que o solo supostamente teria; geração de recursos financeiros ao proprietário; mais impostos; criação de oportunidades de trabalho de forma direta e indireta; e a “facilidade para o desmate, mecanização e formação do pasto”.

Com informações de Campo Grande News e O Eco

 

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