Com foco no Pantanal, projeto coordenado pela Fiocruz deve investigar os efeitos pós-incêndios na população local e a ocorrência de zoonoses na região. Além disso, o intuito do trabalho também é aprimorar ferramentas de vigilância que podem colaborar na elaboração de estratégias integradas de prevenção e controle de doenças.
O desenvolvimento do trabalho conta com a parceria da Fiocruz (MS), Embrapa Pantanal, Centro de Informação em Saúde Silvestre – CISS, Universidade Federal de Mato Grosso e Sesc Pantanal. A Ecoa também está colaborando diretamente com a investigação da Fiocruz na etapa inicial do estudo.
Trata-se de um estudo piloto a ser executado em duas etapas no decorrer do ano. Consiste de análises clínicas de alguns segmentos populacionais, além da verificação de elementos hídricos e terrestres das áreas escolhidas para a investigação. O objetivo é fortalecer a vigilância, integrando a participação das comunidades nas decisões para a sustentabilidade do território por meio da tecnologia SISS-Geo, integrado ao SUS; formar profissionais para atuação na perspectiva “One Health” e iniciar rede de dados e banco de amostras biológicas estratégicos para prospecção e apoio ao desenvolvimento nacional de insumos para a saúde.
Atividades iniciais
Como parte do projeto, aconteceu entre os dias 27 de junho e 1 de julho o Seminário “Saúde Única no Pantanal: Participação da Sociedade na vigilância de emergência de zoonoses como efeito pós-incêndios no território e formação de estratégias integradas de prevenção e controle”, com atividades nas cidades de Campo Grande, Corumbá e Ladário.
O primeiro momento do seminário (27/06) ocorreu em Campo Grande, onde estiveram presentes gestores e profissionais da saúde, pesquisadores, representantes da Polícia Militar Ambiental do Estado, e da Sociedade Civil, profissionais da Unidade de Controle de Zoonoses (UCZ) do município, professores e alunos, entre outros.
Inicialmente, foram ministradas palestras sobre Zoonoses na saúde humana, Vigilância Ambiental e Avalição de risco à saúde humana dos incêndios, todos temas aplicados à realidade do Pantanal. Os participantes também participaram de uma oficina para capacitação do uso do Sistema de Informação em Saúde Silvestre – SISS-Geo da Fiocruz.
No dia 29 o evento teve uma edição em Corumbá. Estiveram presentes gestores em saúde do município (UCZ e Secretaria de Saúde), Defesa Civil, Policia Militar Ambiental, estudantes, professores, pesquisadores, além de colegas da Bolívia que atuam em atividades agropecuária e sanidade animal.
As palestras ministradas abordaram temas como as zoonoses de importância na fronteira Brasil/Bolívia, esporotricose humana em Corumbá e o impacto das queimadas na saúde e ambiente. A oficina para capacitação e uso do SISSGeo, ocorreu a tarde nesse mesmo local.
Já no dia 30/06, a equipe foi até a Área de Preservação Ambiental Baía Negra, em Ladário. A APA é a primeira Unidade de Conservação de Uso Sustentável criada no Pantanal onde além das atividades de pesca e agricultura familiar, os moradores tem se preparado para atuar no turismo de base. Os moradores também participaram de oficina para capacitação e uso do SISS-Geo.
Com apoio da Ecoa, foi possível replicar a oficina do SISS-Geo na comunidade ribeirinha da Barra do São Lourenço. No dia 01/07, a equipe subiu pelo Rio Paraguai por aproximadamente 5 horas e teve a oportunidade de conhecer e interagir com algumas pessoas da comunidade, reconhecendo o local em que vivem.
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