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Fogo no Pantanal é assunto prioritário, afirma Relator do Grupo de Transição do governo Lula

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Pedro Ivo Batista, Relator do GT Meio Ambiente da Transição, afirmou que “a questão do fogo no Pantanal é uma preocupação nacional e que haverá uma fiscalização rigorosa nos estados MS e MT”.

Na semana passada, a Ecoa enviou ao Grupo de Transição do Governo um documento que apresenta o cenário preocupante no Pantanal e a necessidade de ações preventivas quanto a incêndios.

Focos de incêndios em atividade identificados a partir de imagens de satélite da NASA

Desde 2019, o Pantanal passa por uma crise climática aguda contribuinte para os incêndios devastadores de 2020/21, quando mais de 4 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo.

Nos últimos dias, focos de incêndios se espalharam na região, conforme evidenciado por imagens de satélite do FIRMS (Fire Information for Resource Management System) da NASA. No momento, brigadas voluntárias e do Prevfogo/Ibama, monitoram e fazem o trabalho de combate para contenção do fogo.

Alcides Faria, diretor executivo da Ecoa, reforça a necessidade de se manter o alerta para riscos de incêndios. “Atualmente, o Pantanal está muito seco, tivemos pouca chuva até agora. Então temos uma situação de alerta total. Essa declaração é correta e certamente a partir da instalação do Governo Lula virão medidas mais contundentes”.

 

Confira abaixo o documento enviado pela Ecoa ao Grupo de Transição do Governo Lula na área ambiental:

A necessidade de ações preventivas quanto a incêndios no Pantanal e outras regiões logo no inicio do governo, tendo em conta a devastação dos últimos anos, fez com que a Ecoa solicitasse para o Grupo de Meio Ambiente da Comissão de Transição a busca de informações quanto a recursos e planos, junto a órgãos governamentais, para 2023.

Desde 2019 o Pantanal passa por uma crise climática aguda contribuinte para os incêndios devastadores de 2020/21, quando mais de 4 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo. Temendo que o quadro possa repetir-se em 2023, o que vale para outros biomas, a Ecoa julga necessário e solicita algumas iniciativas por parte da Equipe de Transição, partindo das seguintes considerações:

– A ocorrência de incêndios devastadores em 2020/21 teve como causas razão, afora a climática, os estímulos do atual governo ao desmatamento e a não fiscalização por um lado e, por outro, a falta de recursos para áreas essenciais de prevenção e o combate direto, particularmente aqueles destinados ao Prevfogo/Ibama;

– As informações que estamos recebendo do Pantanal neste final de ano, através de membros das redes que participamos e avaliações de nossos técnicos de campo, mostram a possibilidade de repetição dos incêndios de anos anteriores dado que a planície está muito seca mesmo agora, “tempo das águas”.

Diante dessa conjuntura é fundamental a preparação adequada para que os incêndios sejam drasticamente reduzidos em 2023 através de ações preventivas de fiscalização, educação, comunicação e a preparação para o combate direto.

Propostas para a Equipe de Transição quanto aos incêndios

1) A identificação dos recursos previstos para o combate a incêndios em 2023 pelos órgãos competentes;

2) A identificação se atual governo elaborou um Plano de combate a incêndios com as especificidades necessárias para o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia.

3) Com as informações encontradas – ou na falta delas – propomos debater e elaborar um novo Plano Emergencial a ter seu início implementado logo após a posse. Considere-se que órgãos como o Prevfogo têm larga experiência e certamente poderão contribuir.

Quanto a sociedade civil, informamos que a Ecoa participa de várias articulações, incluindo uma Rede Clima e a Rede Pantanal, trabalhando com organizações como o WWF para o desenvolvimento de Brigadas Voluntárias de Combate a Incêndios no Pantanal, em direção a criação de uma Rede de Brigadas Voluntárias sob a supervisão do Prevfogo.

Nos colocamos a disposição para esclarecimentos e contribuições que julgarem necessários.

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