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Rios do Pantanal: Bacia Hidrográfica do Rio Correntes

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rio correntes

Localização: A bacia do rio Correntes pertence à bacia do Alto Paraguai. O rio Correntes percorre o planalto com terras altas (800 metros) na região leste em direção a oeste e adentra na região de planície pantaneira transformando-se em um ambiente lêntico e bastante sinuoso. A nascente do Rio Correntes localiza-se entre a serra da Saudade e de Maracaju, a uma altitude de 750 metros, percorrendo aproximadamente 245 km até sua foz na confluência com o rio Piquiri, à altitude de 154 metros. Já nesta região existem trechos sem margens definidas, com barrancos altos e bastante assoreados, possuindo terras com pequena declividade e baixa capacidade de drenagem, sujeitas a inundações periódicas. Sua bacia hidrográfica localiza-se entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, possuindo uma área de aproximadamente 5.410 km², sendo 3.279 km² em MS e 2.131 Km² em MT. 

rio correntes
O Rio Correntes é fortemente impactado por empreendimentos hidroenergéticos (Foto: Arquivo/Ecoa)

Municípios: A bacia engloba quatro municípios, os sul-mato-grossenses Sonora e Pedro Gomes, e os mato-grossenses Itiquira 2 e Alto Araguaia. Contudo, apenas o município de Sonora possui seu núcleo urbano na área da bacia.

Economia: “O rio que antes era a principal fonte de renda de muitas famílias, hoje já não oferece mais peixes. O setor turístico que gerava empregos e movimentava a economia local, se tornou quase inexistente. A violação dos direitos humanos é evidente, e até agora absolutamente nada foi feito para a mitigação, tanto de ordem ambiental como social, dos impactos gerados”. Esse é um trecho da Carta da Associação de Ribeirinhos do Rio Correntes, 2018.

Outros pontos relevantes: O Rio Correntes é duramente impactado pela implantação da Usina Hidrelétrica Ponte de Pedra, da PCH Gabriela e da CGH Aquárius I, está prestes a receber mais uma represa, na região onde faz divisa entre os municípios de Sonora/MS e Itiquira/MT. O que se sabe sobre o novo empreendimento, CGH Aquárius II, é que será construído entre a Usina Hidrelétrica e a CGH já existente, em uma área muito próxima a duas grandes comunidades tradicionais existentes: Porto dos Pretos (grafado deste modo) e a Porto dos Bispos. Só nesta região, são cerca de 200 famílias que sentem os efeitos catastróficos das barragens. Entre os danos já existentes neste ponto do rio – e que se intensificarão com a construção desta nova represa – podem ser destacados:

– Irregularidade do pulso de inundação do rio: em questão de horas o nível altera de metros para centímetros de profundidade;

– Escassez de peixe;

– Impossibilidade de navegação por conta da formação de inúmeros bancos de areia e da instabilidade do nível do rio;

– Alteração da flora e da fauna;

– Economia das comunidades drasticamente afetada. A região conhecida por ter vários ranchos e ser ponto turístico já não recebe ninguém;

– Êxodo das famílias por não conseguirem mais sobreviver e pescar o próprio alimento.

Mais em: https://ecoa.org.br/rio-correntes-mais-uma-ameaca/

A publicação faz parte de um levantamento sobre as sub-bacias da BAP para a formação de um Mapa Interativo.

Visualizar mapa na tela inteira

Este levantamento foi realizado por Nathália Rocha. Nathália é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores e na Agenda de Infraestrutura e Energia.


 

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